A Câmara de Leiria vai efetuar um estudo para aferir da estabilidade da encosta do castelo, disse hoje o presidente da autarquia, Gonçalo Lopes, após sugestão do vereador da oposição, Álvaro Madureira.
“Em tempos, houve algum trabalho que foi feito com o Politécnico. Desde então, não fizemos nenhuma evolução sobre essa matéria, mas é pertinente essa questão”, afirmou Gonçalo Lopes (PS) na reunião de câmara de hoje, após Álvaro Madureira (PSD) ter alertado para a necessidade de averiguar da estabilidade dos taludes da encosta do castelo da cidade.
O presidente da Câmara adiantou que o estudo deverá incidir, sobretudo, nas zonas mais próximas das habitações e que têm um nível de desgaste maior.
O vereador social-democrata sugeriu o estudo na sequência do movimento de massas que ocorreu esta madrugada na encosta do cemitério de Leiria. “São zonas muito críticas do ponto de vista da estabilidade dos taludes e devem ser verificadas”, sublinhou.
Segundo Álvaro Madureira, a encosta do castelo está sobre um maciço rochoso e existem várias fraturas.
Durante a madrugada, registou-se o desprendimento de uma massa rochosa no talude do cemitério de Leiria, que acabou por cair nos terraços de um edifício, levando ao deslocamento de 11 moradores, por uma questão de precaução, informou o vereador da Proteção Civil (PS).
Luís Lopes revelou que o edifício não sofreu quaisquer danos e que os técnicos têm estado a avaliar a estabilidade do talude “para verificar se se justificam algumas medidas complementares”.
O deslizamento resultou da forte precipitação em Leiria, que esta segunda-feira provocou inundações no centro da cidade. “Tivemos um episódio de precipitação forte e localizado, entre as 11:10 e 11:25. Foi registada uma acumulação de precipitação de 7sete milímetros, o que significa que tivemos sete litros por metro quadrado em 15 minutos”, afirmou.
Comparando com os valores de referência da chuva da semana anterior, Luís Lopes referiu que a “precipitação em 24 horas nunca chegou a uma taxa deste género” e que para ter algo idêntico seria necessário ter “uma acumulação de 28 milímetros por hora”.
“Apesar deste nível de precipitação, passados dez a 15 minutos já não tínhamos acumulação da precipitação, o que permitiu manter a circulação rodoviária”, explanou.
Luís Lopes referiu que “a situação que demorou mais tempo a ser resolvida foi a precipitação acumulada na Igreja [Espírito Santo] junto à rotunda do Sinaleiro, onde houve uma maior concentração de recursos, dado que [a água] chegou a ter uma altura de aproximadamente 20 centímetros, sendo que por volta das 13:30 já a situação tinha sido regularizada”.