O antigo primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, falou esta quinta-feira sobre a apresentação da demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
O antigo primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, falou esta quinta-feira sobre a apresentação da demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, salientando que “é bom as pessoas ponderarem o que pode acontecer”.
De acordo com o atual presidente da câmara da Figueira da Foz, em declarações à Rádio Observador, a Constituição da República Portuguesa “permite estas situações completamente disfuncionais”, lembrando o momento em que Jorge Sampaio dissolveu o governo que liderava, depois da saída de Durão Barroso, apesar de se tratarem de “circunstâncias diferentes”.
“O sistema continua a estar manifestamente desequilibrado para a esquerda porque quando as mesmas situações acontecem à esquerda há uma aceitação, um encaixe e uma tolerância absolutamente diferentes de quando acontecem no centro-direita, mesmo sendo o Presidente da República dessa área política”, referiu ainda Santana Lopes.
Sobre a postura de Marcelo Rebelo de Sousa, denotou que tem mantido uma “atitude institucionalmente correta, embora com muita polémica no segundo mandato à mistura”, esclarecendo que prefere que “presidentes tenham uma atitude correta com os governos do que andem à guerra com os governos”.
No entanto, na sua opinião, apesar do Presidente ter tido sempre uma “atitude prudente”, considera que era mais benéfico se “falasse menos, a menos que fossem assuntos que lhe compete”.
“Parece uma República das Bananas”, frisou Santana Lopes, explicando que o primeiro-ministro, António Costa “tem de ter a legitimidade de continuar a governar mas com um governo novo”.
“O primeiro-ministro tem responsabilidade objetiva mas o presidente deve convidá-lo a criar novo governo”, reforçou ainda.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, apresentou, na quarta-feira, a demissão ao primeiro-ministro, António Costa, que já aceitou o pedido.
A decisão acontece após nova polémica com a TAP, que envolveu a indemnização de 500 mil euros paga à ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis.