O espetáculo ‘Um Clássico’, da coreógrafa Vera Mantero, sobre ideias que, de cada época, conseguem atravessar gerações, vai entrar em digressão a partir de 21 de janeiro, passando por Covilhã, Lisboa e Porto.
“Um Clássico’ entra em palco a 21 de janeiro, no Teatro Municipal da Covilhã, passa depois por Lisboa, no Forum Dança, a 26, seguindo para o Porto, a 28 do mesmo mês, no Espaço Quarteto Contratempus.
Contactada pela agência Lusa, fonte da produção indicou que a peça coreográfica, que se estreou em 2016, irá ainda voltar a palcos de Santa Maria da Feira e Esmoriz, ao longo de 2023.
O espetáculo, concebido e dirigido pela coreógrafa e bailarina Vera Mantero, aborda as ideias, sentimentos ou acontecimentos de uma época que persistem na memória coletiva, registando a complexidade do seu tempo.
‘Um Clássico’ retrata um contexto histórico importante. ‘Um Clássico’ usa (inesperadamente) uma linguagem inesperada. ‘Um Clássico’ cria expressões exemplares e inusitadas. ‘Um Clássico’ não se enquadra em nenhum estilo (e é possível que crie um estilo novo)”, descreve um texto da ASTA sobre a peça.
A coreógrafa, que estreou na Culturgest, em Lisboa, em 2021, a peça ‘O Susto é um Mundo’, explora frequentemente no seu trabalho questões ligadas às contradições da sociedade contemporânea, que passam pela ética, o politicamente correto e a educação para a cidadania.
Um dos nomes centrais da Nova Dança Portuguesa, Vera Mantero iniciou a carreira coreográfica em 1987 e, desde então, tem mostrado o seu trabalho por toda a Europa e em países e estados como Argentina, Uruguai, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, Estados Unidos e Singapura.
Desde 2000 que se dedica também ao trabalho de voz, cantando repertório de vários autores e cocriando projetos de música experimental.
Em 2019, apresentou a peça ‘O Limpo e o Sujo’, sobre a sustentabilidade do planeta, em Lisboa, para assinalar os 20 anos de O Rumo do Fumo, estrutura de criação e produção artística que fundou em 1999.
As preocupações ecológicas são uma constante na carreira desta criadora, que, em 2018, participou, pela segunda vez, num projeto desenvolvido no Brasil, na região da Amazónia, onde artistas de todo o mundo estiveram a realizar ‘workshops’ que ligavam a arte e a natureza.
Em 1999 a Culturgest organizou uma retrospetiva do seu trabalho até àquela data, intitulada ‘Mês de Março, Mês de Vera’.
Mantero representou Portugal na 2.ª Bienal de São Paulo 2004, com ‘Comer o coração’, projeto criado em parceria com o escultor Rui Chafes, e em 2002 foi-lhe atribuído o Prémio Almada, do Ministério da Cultura.
Em 2009 recebeu o Prémio Gulbenkian Arte, pela carreira como criadora e intérprete.
Vera Mantero estudou dança clássica com Anna Mascolo e fez parte do Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989.