A greve por distritos que os professores realizam entre 17 de abril e 12 de maio prevê que cada dia de luta comece às 12:00, para retirar a possibilidade de serem requeridos serviços mínimos, foi hoje anunciado em Coimbra. A Federação Nacional da Educação recordou o Governo que durante as negociações mantêm a possibilidade da greve às avaliações finais do ano letivo.
A FNE revelou hoje que os professores podem “fazer greve a toda a atividade nas escolas que não seja a letiva e, em relação a esta, poderão fazer greve, se assim o entenderem, ao último tempo de cada dia de trabalho”.
“Será uma greve diferente da anterior, pois pretende-se evitar que o ME possa, como tem feito, requerer serviços mínimos e, dessa forma, atrapalhar a sua realização, criar um clima de intimidação nas escolas, impedir professores de fazer greve e gerar a confusão nas escolas, referiu Mário Nogueira.
“Em vez de um pré-aviso de greve para os 18 dias úteis ou de 18 pré-avisos, um por cada dia, serão entregues 162 avisos prévios de greve, um por cada uma das 9 organizações, para cada um dos dias, apresentados em dias diferentes.”
Em cada distrito, às 12:00 horas, “a atividade dos professores deverá ser interrompida” anunciou a federação, acrescentando que os “professores entrarão em greve e as escolas deixarão de desenvolver toda e qualquer atividade”.
Esta medida tem, segundo a FNE o objetivo de aliviar” o custo financeiro da greve “prologada” para os professores.
A realização de uma “nova ronda de greves distritais” começa no primeiro dia de aulas após a interrupção letiva da Páscoa. Será uma greve que começará em 17 de abril, no distrito do Porto, e terminará em 12 de maio no de Lisboa. Pelo meio, a greve percorrerá o país por ordem alfabética inversa, indo de Viseu até Aveiro. “Em todos os distritos, os professores serão convocados para se concentrarem num local, eventualmente deslocando-se para outro.”
Em Coimbra, por exemplo, em 4 de maio, o encontro está marcado para a Praça da República, seguido de desfile até à representação do Ministério da Educação na região centro, na delegação regional da DGEstE.
Na conferencia de Imprensa, realizada hoje em Coimbra, a organização que reúne a maioria dos sindicatos dos professores revelou que vai realizar uma greve nacional a 6-6-23, “data que coincide com o tempo de serviço que está a ser roubado aos professores e que não é considerado na proposta de recuperação zero apresentada pelo Ministério da Educação. O ME mudou para este dia a realização de provas de aferição, mas sendo provas sem qualquer incidência na avaliação dos alunos, que podem ser recalendarizadas e que não constituem uma necessidade social impreterível, não há lugar a serviços mínimos”.
Também em 6-6-23 prometem “voltar à rua, com uma Manifestação Nacional, descentralizada em dois pontos, de manhã no Porto e à tarde em Lisboa.
A FNE vai “manter em cima da mesa a realização da greve às avaliações finais, dependendo mais da vontade do governo e do Ministério da Educação, do que dos professores de chegar em luta a esse momento”.