A Polícia Judiciária deteve três elementos da mesma família pela presumível autoria dos crimes de tráfico de pessoas, para fins de exploração laboral e escravidão.
Os arguidos, que agiam de forma organizada, desde há vários anos, “vinham recrutando pessoas fragilizadas, com carências económicas e em processos de exclusão social, que ludibriavam com promessas de emprego bem remunerado, em explorações agrícolas em Espanha e Portugal”, revela a PJ.
“Intermediavam junto de vários empregadores o fornecimento deste tipo de mão de obra, mantendo as vítimas controladas sob ameaça e coação, ficando na posse da quase totalidade dos proventos auferidos, através da apropriação do dinheiro que os empresários lhe entregavam para pagamento dos salários”, de acordo com a nota.
Em novembro de 2022, com a colaboração da Guarda Nacional Republicana, “foi resgatada uma mulher de 36 anos de idade com um filho menor, que se encontrava escravizada pelo grupo há 23 anos, vivendo na cidade de Castelo Branco, num anexo da habitação dos suspeitos, em condições desumanas”, indica.
Para além de trabalhar sem qualquer tipo de remuneração em várias campanhas agrícolas, era obrigada a entregar as prestações sociais que mensalmente recebia.
Na vertente do acolhimento e estabilização emocional da mãe e filho, a investigação contou ainda com a colaboração das Equipas Multidisciplinares Especializadas de Assistência a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos.
A operação desenvolvida pela Polícia Judiciária, na qual participaram valências dos Comandos Distritais da Polícia de Segurança Pública de Castelo Branco e Portalegre, visou a localização e detenção dos suspeitos e a recolha elementos probatórios adicionais.
Os detidos, dois homens e uma mulher, com 35, 52 e 53 anos de idade, foram presentes às autoridades judiciárias para primeiro interrogatório, ficando sujeitos à medida de coação de prisão preventiva.