Mais de 800 intérpretes participam no Festival Beira Rio, em Leiria, no sábado e domingo, numa iniciativa que mobiliza alunos e professores de música e dança do Orfeão de Leiria.
Todas as valências do conservatório de artes se exibem neste festival, cuja sétima edição, hoje apresentada, volta a promover o encontro entre a comunidade do Orfeão e o público, procurando, através da proximidade ao rio Lis, alertar para a necessidade de proteção dos recursos naturais e do meio ambiente.
O festival serve para levar fora de portas toda a atividade que o Orfeão de Leiria promove durante o ano letivo, explicou hoje o diretor pedagógico da instituição.
“É vir para a rua, sair da sala de espetáculos e mostrar que o Orfeão de Leiria tem uma nova vida, que não é elitismo nem acontece apenas na sala de concertos. Não queremos ter esse rótulo”, afirmou Mário Teixeira em conferência de imprensa.
A previsão de chuva para o fim de semana obrigou já, contudo, a alterar o plano previsto, que compreendia diversas atuações ao ar livre, num dos jardins da cidade.
A maratona de mais de 50 concertos e recitais previstos vai, por isso, repartir-se pelo Museu de Leiria, Moinho do Papel, Igreja de Santo Agostinho, Teatro José Lúcio da Silva e pelas instalações do Orfeão de Leiria.
Todas as classes de música e dança e também o Conservatório Sénior e o histórico Coro do Orfeão – que está na génese da fundação da instituição, há 77 anos – apresentam-se no Beira Rio, que conta com intérpretes dos três aos 86 anos.
Um dos principais destaques da programação será a estreia em versão integral do musical construído de raiz a partir do livro “Será o mar o meu lugar?”, de Sarah Roberts.
Ao longo do ano letivo, alunos e professores do Orfeão de Leiria prepararam um espetáculo especial, com música original de Mário Nascimento, coreografia de Luís Sousa e letra de Maria Helena Vieira.
O resultado, em forma de concerto didático, sobe ao palco do Teatro José Lúcio da Silva no sábado, com narração de Nádia Gomes, e interpretação pela camerata, coro infantil e Núcleo Coreógrafico do Orfeão de Leiria.
A partir do Beira Rio, o espetáculo que procura passar “uma mensagem sobre a boa utilização do plástico e da água” e que acontece com o apoio da Águas do Centro Litoral (AdCL), quer chegar a outros palcos.
“Temos como objetivo descentralizá-lo e levá-lo a outros públicos”, explorando “a sua dimensão artística e pedagógica”, sublinhou Mário Teixeira.
Com uma formação mais pequena, em formato de quinteto com voz, “Será o mar o meu lugar?” tem já datas marcadas para o dia 23 de junho em Ansião e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria.
A parceria entre o Orfeão de Leiria e a AdCL inclui ainda, no domingo, uma caminhada integrada no festival Beira Rio, que convida a conhecer a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) das Olhalvas, em Leiria, onde serão instalados dois hotéis de insetos.
O protocolo estabelecido entre o conservatório e a AdCL, também hoje apresentado, levará ainda, mais para o fim do ano, várias formações musicais do Orfeão a fazer mini-concertos em ETAR e Estações de Tratamento de Águas dos distritos de Coimbra e Aveiro.