O presidente da Câmara de Leiria disse hoje ser favorável ao encerramento da discoteca na cidade junto à qual ocorreram na madrugada de domingo agressões se essa for a solução do Ministério da Administração Interna.
“A Câmara não tem competência para encerrar, mas, caso seja apresentada essa solução por parte do Ministério da Administração Interna, concorda com essa medida de polícia”, afirmou Gonçalo Lopes à agência Lusa, em Porto de Mós, à margem de uma reunião de comunidades intermunicipais.
Segundo o autarca, se esta medida for tomada e se for solicitado parecer ao município, este “será favorável a esse encerramento”.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) está a investigar agressões na madrugada de domingo junto de um estabelecimento de diversão noturna na cidade de Leiria e cujas imagens estão a circular nas redes sociais.
Num comunicado, a PSP informou que pelas 02:40 de domingo foi pedida a presença da Polícia “por terem ocorrido agressões entre vigilantes e clientes” do estabelecimento.
“À chegada dos meios policiais já não estava a ocorrer qualquer situação de agressões”, referiu a PSP, explicando que “foram identificadas as vítimas e testemunhas da ocorrência, já não se encontrando no local os suspeitos das agressões”.
No mesmo comunicado, a PSP adiantou que, no mesmo dia, “foi detetado que circulava nas redes sociais um vídeo em que é possível visualizar as agressões, permitindo acrescentar mais informação ao processo”.
“De realçar que parte da rua onde ocorreram as agressões está coberta pelo sistema de CCTV [videovigilância] da cidade de Leiria, revelando-se uma grande mais-valia no apoio à atividade policial no terreno”, assinalou.
No vídeo, a que a Lusa teve acesso, é possível ver duas pessoas deitadas no chão a serem agredidas na via pública, nas imediações do estabelecimento.
Na sua página no Facebook, a empresa proprietária do espaço esclareceu que “apenas uma das pessoas visíveis na situação [vídeo] é prestadora de serviços de segurança no seu estabelecimento”, esclarecendo que “já comunicou à empresa prestadora de serviços de segurança a [sua] cessação de funções”.
Garantindo que “os restantes intervenientes nos desacatos visíveis no referido vídeo não têm qualquer vínculo” com a empresa, esta destacou ainda que “repudia profundamente situações como as visíveis nas imagens tornadas públicas e tomará medidas imediatas para evitar que tais distúrbios da ordem pública possam voltar a ser indevidamente associados aos seus estabelecimentos”.
O presidente da Câmara adiantou que escreveu ao ministro da Administração Interna sobre este “momento de alguma preocupação relativamente à segurança e à tranquilidade pública” e defendeu a reposição da paz e segurança.
Gonçalo Lopes solicitou ainda que seja avaliado o histórico deste tipo de acontecimentos, assim como a segurança rodoviária nas imediações daquele espaço, além do apuramento de “todas as responsabilidades” e “tomadas medidas urgentes”.
“Quando assistimos a momentos de violência extrema como aquele que se registou com aquela gravação de vídeo é algo que deve preocupar qualquer autarca e qualquer cidadão. Poderia ter resultado numa tragédia bem pior”, alertou.
O comandante distrital de Leiria da PSP, José Figueira, declarou que esta ocorrência envolveu pessoas daquele estabelecimento, entre clientes e funcionários, mas também “funcionários de outros estabelecimentos” sediados na mesma artéria.
“Estamos a averiguar, vamos anunciar medidas em breve e vamos repor a ordem e a tranquilidade na cidade de Leiria”, assegurou.
A Lusa questionou o Ministério da Administração Interna, mas ainda não obteve resposta.