A Câmara de Penacova mostrou-se hoje preocupada com a falta de limpeza das faixas até dez metros junto do IP3 e da estrada nacional 110 (N110), que é responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP).
“A nacional 110 está deplorável, com zonas de túnel, com árvores a unirem as suas copas, o que é muito preocupante, sendo uma estrada estreita e não havendo muito sítios para onde fugir. No IP3, temos os taludes muito mal tratados”, disse à agência Lusa o vereador da Câmara de Penacova, António Magalhães Cardoso, que tem as pastas dos transportes, gestão do espaço público e planeamento territorial.
Na zona de Penacova por onde passa o IP3, é possível ver acácias a crescer junto àquela via principal que liga Coimbra a Viseu, sem qualquer respeito pela regra da faixa de gestão de dez metros.
Na N110, via que acompanha o rio Mondego e que liga Penacova a Coimbra, também é visível a falta de limpeza das bermas e taludes, num terreno de orografia acentuada e onde dominam as acácias e os eucaliptos.
Segundo o vereador, a Câmara de Penacova (distrito de Coimbra) insta todos os anos a IP a informar o município do seu plano de limpeza das faixas de gestão de combustíveis, não tendo recebido qualquer resposta no presente ano.
Magalhães Cardoso notou que a IP está a limpar, de momento, junto ao IC6, mas essa é a única das cinco estradas nacionais que atravessam o concelho que sofreram qualquer intervenção até agora.
Em 2022, o município chegou a ter um protocolo fechado entre a autarquia, a IP e a Altri, empresa do ramo da celulose, para assegurar a limpeza dos taludes do IP3 sem custos ou custos muito reduzidos para o Estado, referiu.
“Basicamente, a ideia era a Altri assegurar a limpeza e usaria a biomassa recolhida nesses trabalhos para alimentar a central termoelétrica de Mortágua. Era limpar a estrada a custo praticamente zero”, realçou o vereador da Câmara de Penacova.
No entanto, cerca de um mês depois a IP recuou na prossecução do protocolo, afirmando não estar confortável em fazer uma parceria com uma empresa privada, disse António Magalhães Cardoso.
“Nunca se levou o protocolo avante”, lamentou o autarca.
Segundo o vereador, em 2022, face à demora do visto do Tribunal de Contas sobre a contratualização pela IP de um operador para assegurar a limpeza das bermas, a mesma só foi feita já em outubro, depois do período de maior risco de incêndio.