Quase 900 cabo-verdianos estão inscritos para participarem na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), de 01 a 06 de agosto, em Lisboa, e 70% deles já têm todo o processo concluído, disse hoje à Lusa fonte diocesana.
“Na diocese de Santiago temos 743 peregrinos inscritos e alguns já tem um número de visto [para viajar para Portugal], de modo que estamos a contar com todos. Na diocese de Mindelo já temos todos os vistos obtidos, tanto para a ilha do Sal, São Vicente, só falta ainda a decisão da Boa Vista e estão inscritos incluindo os padres, aproximadamente 130 membros. Têm uma delegação de praticamente 900 e tal jovens que vão para a Jornada Juventude da Lisboa neste ano”, disse à Lusa, na Praia, o assistente diocesano da juventude das dioceses de Cabo Verde, o diácono José Manuel Borges.
Segundo José Manuel Borges, ainda não é possível avançar o número exato das pessoas que vão à JMJ, o que só poderá ser feito depois da emissão de todos os vistos pelas autoridades portuguesas: “Neste momento já temos volta de 70% de resposta já em nossas mãos e estamos agora à espera dos outros. Já iniciamos também a compra dos bilhetes de passagem, estamos à espera dos outros e assim vamos comprando as passagens e depois organizarmos e irmos lá”.
O diácono disse ainda que para as JMJ de Lisboa haverá a pré-jornada, de 26 a 31 de julho, a pós-jornada, de 7 a 10 de agosto, que acontece na diocese de Leiria e em Lisboa, pelo que a “expetativa é grande”.
“Estamos a fazer uma preparação espiritual desde aqui, em Cabo Verde. No dia 04 de junho começamos a fazer as primeiras atividades de forma mais direta, aquilo que nós chamamos de peregrino. A ideia é caminhar por várias paróquias com atividades diversas, mas sobretudo com atividades espirituais que ajuda os peregrinos de uma melhor forma. A jornada vai ser um encontro mundial de jovens, com culturas diferentes, línguas diferentes, pensamentos diferentes, mas que é unida na mesma fé”, salientou o diácono.
José Borges considerou que a JMJ de 2023 é o “evento mais esperado para a igreja em Cabo Verde”, sendo também “histórica” por contar com a maior participação de sempre de jovens cabo-verdianos, além de 11 sacerdotes, entre outros.
Explicou que cada participante paga cerca de 120 mil escudos (1.090 euros), valor que cobre estadia, alimentação e transporte, além da viagem, com uma duração de três semanas, acrescentando que os únicos apoios externos foram da Câmara Municipal de Lisboa e da CV Interilhas, empresa concessionária dos transportes marítimos interilhas em Cabo Verde, do grupo português ETE, que vai garantir o transporte dentro do arquipélago.
Além destes apoios, José Borges reconheceu o apoio da Embaixada de Portugal em Cabo Verde, na facilitação dos processos para a obtenção dos vistos para estes participantes: “Foi um trabalho muito bem feito”.
As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no ano Internacional da Juventude. O primeiro encontro aconteceu em 1986, tendo já passado, nos moldes atuais, por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).