O primeiro-ministro elogiou hoje o investimento privado feito na sequência de investimento público, referindo o exemplo da construção de um ramal ferroviário pela Luso Finsa, que vai retirar das estradas 60 mil camiões por ano.
Se há exemplo de como um investimento público – como a requalificação da linha da Beira Alta – se traduz numa melhoria efetiva para a produtividade das empresas” que, em conjunto, podem “ajudar o país e a Europa” é “este investimento que está aqui em curso, de criar um ramal próprio”, destacou António Costa.
O chefe do Governo falava perante os trabalhadores da fábrica de madeiras Luso Finsa, em Nelas, distrito de Viseu, no final de uma visita no âmbito do programa “Agenda Mais Crescimento”.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro destacou que o investimento público permitiu criar “novos projetos e novas ideias para continuar a melhorar” o que já existia, “melhorando a pegada ecológica com mais economia circular”.
António Costa enalteceu a retirada de 60 mil camiões por ano das estradas, referindo ser “um ganho imenso” na “pegada ecológica da região, na melhoria e segurança para o transporte, para a rapidez e comodidade e na diminuição de emissões CO2”.
“Isto é decisivo para a competitividade e para o progresso desta empresa, porque cada vez mais o custo do carbono vai ser interiorizado no custo dos serviços e, por isso, a diminuição dessa emissão é fundamental para a melhoria e competitividade das empresas”, defendeu.
O diretor-geral da Luso Finsa, Francisco Xavier Branco, tinha, momentos antes, agradecido o investimento do Estado na requalificação da linha ferroviária da Beira Alta, porque isso “permite a concretização de um sonho com 35 anos”.
“O sonho [era] dotar esta fábrica com um moderno terminal ferroviário, que queríamos desde o início e que consideramos estruturante porque vai converter esta fábrica num dos centros produtivos mais estratégicos do grupo Luso Finsa”, assumiu o responsável.
A empresa está na “fase final” da construção de um ramal que vai ligar à linha da Beira Alta e que “vai permitir retirar aproximadamente 60 mil camiões TIR por ano das estradas” já que a exportação “representa cerca de 67% da produção” nesta fábrica.
“Tem ainda um enorme contributo na sustentabilidade ao retirar da estrada uma grande parte do cerca de um milhão de toneladas do produto final que exportamos anualmente”, disse, acrescentando que “evita 60.000 toneladas de dióxido de carbono ao ano”.
Francisco Xavier Branco acrescentou ainda que o grupo “continua a investir nas tecnologias com a finalidade de ter produtos e soluções diferenciadoras para o mercado”.
A Luso Finsa, segundo o presidente da Câmara Municipal de Nelas, Joaquim Amaral, tem “400 postos de trabalho direto e cria cerca de 1.500 de forma indireta” e “é uma das empresas referência” do concelho.