Trabalhadores da Funfrap em greve pela quarta vez este ano

Employees work at an assembly line of a Wuling Motors factory in Qingdao, in China's eastern Shandong province on March 1, 2023. (Photo by AFP) / China OUT

Os trabalhadores da fábrica de metalurgia Funfrap S.A. (grupo Tupy) em Cacia, Aveiro, cumprem hoje uma greve de quatro horas em cada turno, reivindicando a atualização das retribuições, com efeitos a 01 de janeiro.

A nova greve, que decorre hoje e sexta-feira, segue-se às paralisações realizadas nos dias 21 e 23 de junho e é justificada por “não haver avanços concretos nas negociações”.

“A parte do aumento real de salário que nós estamos a pedir é uma coisa diminuta” diz Paulo Silva, da comissão de trabalhadores, queixando-se de falta de diálogo por parte da empresa.

Paulo Silva disse à Lusa que já havia praticamente um acordo de atualização salarial com a direção, que “até era abaixo do valor da inflação”, mas a entidade patronal “recusa-se a fazê-lo com efeitos retroativos” ao início do ano, conforme os trabalhadores reivindicam.

Querem também ver em cima da mesa negocial a atualização dos prémios, alguns dos quais, segundo Paulo Silva, mantêm os mesmos valores de há 20 anos”.

A greve é também contra a precariedade: “temos cerca de 160 trabalhadores precários e temporários que o não são, porque ocupam postos de trabalho efetivos”, diz Paulo Silva, esclarecendo que na fábrica de Cacia, Aveiro, a empresa emprega cerca de 360 pessoas.

João Ribeiro, do Sindicato das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro e Norte (SITE), que marcou presença a apoiar o piquete de greve, disse à Lusa não dispor ainda de números concretos, mas que a adesão está ao nível das greves anteriores, que diz terem tido cerca de 90%.

“Este ano têm sido greves específicas e temos respeitado o desejo e a votação dos trabalhadores em plenário, que têm mostrado que estão aqui dispostos a lutar e as greves que já aconteceram este ano tem tido sempre uma grande adesão”, disse o dirigente sindical.

“Está na mão da empresa a resposta às justas reivindicações dos trabalhadores, que simplesmente reclamam a sua valorização enquanto trabalhadores qualificados e o respeito pelos seus direitos laborais”, conclui aquele sindicato.

A Lusa aguarda a posição da empresa sobre a greve e as reivindicações que a motivam.