Surf: Portugal é campeão europeu

Mafalda Lopes e Guilherme Ribeiro (surf) terminam no primeiro lugar do pódio do Eurosurf. António Dantas e Raquel Bento (longboard) fecharam a competição na vice-liderança. Em Santa Cruz, os quatro surfistas portugueses foram superiores nos duelos com o maior contingente espanhol (6). Garantiram título europeu de surf, o segundo do palmarés a nível internacional.

Portugal sagrou-se campeão europeu de surf. Nas finais do Eurosurf 2023, competição europeia de seleções que terminou hoje em Santa Cruz, Torres Vedras, Guilherme Ribeiro e Mafalda Lopes venceram a final na categoria de surf open, enquanto Raquel Bento e António Dantas, em longboard, concluíram a prova europeia de medalha de prata ao peito.

“É um orgulho enorme liderar esta equipa que soube ser um grupo forte, solidário e unido. É um dos momentos mais altos da minha carreira como treinador”, confidenciou David Raimundo, selecionador nacional, citado num comunicado da Federação Portuguesa de Surf. “Foi um campeonato difícil e por isso ainda mais saboroso. Sabíamos que Espanha era grande candidata, mas também estávamos conscientes do nosso potencial”, reconheceu.

Os quatro surfistas portugueses que atingiram as finais, num universo de oito que compuseram a comitiva (Érica Mendonça e Afonso Antunes, eliminados precocemente e Gabriela Dinis e Guilherme Fonseca, falharam a repescagem final que poderia colocá-los nas finais), superiorizaram-se ao forte contingente espanhol (vice-campeões) constituído por seis atletas. Recuperaram, desta forma, o título europeu que escapava desde 2017, troféu conquistado, nesse ano, com o bodyboard a servir de mão de apoio ao surf.

No desnivelado duelo ibérico reservado para o último dia da competição, Mafalda Lopes esteve em particular destaque na prova integrada no Santa Cruz Ocean Spirit, evento alargado ao bodysurfskimboard e música.

Vinda da repescagem final (2.ª classificada), a surfista da Costa da Caparica, bateu na final a três espanholas e terminou como “campeã” da competição europeia de seleções organizada pela Federação Europeia de Surf (ESF) que reuniu 111 surfistas em representação de 16 países.

“Não liguei à pressão (concorrência espanhola)”, assumiu em declarações ao site oficial da prova. “Estava lá para ganhar, consegui duas ondas seguidas (6,43 e 5,33 pontos) e controlei o heat a partir daí”, explicou.

Ainda antes de saber as contas oficiais do europeu de surf, Guilherme Ribeiro exaltava de alegria pelo feito conquistado. “Estou tão orgulhoso de ser português, adoro de onde venho e gosto de representar o meu país”.

Na entrevista à organização, para além de admitir que tinha “a vitória em mente” na bateria final, não se esqueceu de um agradecimento especial. “Queria agradecer à minha namorada que tirou o dia, como sempre, para me ver. Está sempre a apoiar-me em todo o lado e é uma pessoa especial para mim”, confessou o atual campeão da Liga MEO.

Para João Aranha este foi um “campeonato duríssimo” no qual Portugal teve de “lutar até ao fim”, tendo ganho “quase na última onda”, conseguindo “ultrapassar ‘na curva’ no último dia” a forte seleção espanhola, assinalou, citado no comunicado, o presidente da Federação Portuguesa de Surf. “Temos uma equipa fortíssima, tanto os atletas como os técnicos”, elogiou. “Vamos ter bolsas olímpicas para os vencedores”, garantiu o líder da FPS.