Santa Maria. Bebés infetados estão estáveis e a receber visitas dos pais

Bebés colonizados estão estáveis. Dois já tiveram alta.

O Diretor de Infecciologia do Hospital de Santa Maria, Álvaro Ayres Pereira, revelou esta sexta-feira, que os bebés infetados pela bactéria Klebsiella Pneumoniae, internados na neonatologia, estão estáveis e que dois deles até já tiveram alta.

Assim sendo, neste momento, o Santa Mar 11 bebés infetados internados. Todos continuam a receber a visita dos pais. Mas apenas estes os podem visitar.

A ala de neonatologia do Hospital de Santa Maria foi dividida em duas. Uma para os bebés infetados e outra para os dois que não estão colonizados e a quem são feitos testes de três em três dias.

De acordo com o profissional de saíde, a maior parte dos bebés colonizados são prematuros de tenra idade que, independentemente de estarem colonizados e terem infeções, têm de permanecer no hospital.

“São bebés que estão muito dependentes de cuidados médicos […]. Os bebés terão alta ou não independentemente da bactéria, se o desenvolvimento assim o permitir”, realçou Álvaro Ayres Pereira, lembrando que “muitos de nós temos essa bactéria e andamos na rua”.

Grávidas de bebés de risco serão desviadas

O serviço de neonatologia do Santa Maria não está a receber novas admissões. Assim, as grávidas cujos bebés apresentem “o mínimo risco de precisarem de cuidados neonatais”, como afiançou o responsável no briefing desta manhã, serão desviadas para outras unidades.

Contudo, se for necessário internar algum bebé que nasça no hospital, este irá para a ala dos bebés não colonizados. 

Questionado sobre a origem do surto, Álvaro Ayres Pereira explicou que “a bactéria provavelmente veio de outra criança ou de outro pai” e que foi detetado através de “uma ramela de uma criança”.

Já sobre a possibilidade da Klebsiella Pneumoniae passar para outros serviços do hospital, o médico salientou que, para já, o surto está “circunscrito” à neonatologia, mas que “esta é uma bactéria endógena”, não só no Santa Maria, como noutros hospitais, “principalmente nos hospitais do Mediterrâneo”.

“Esta bactéria não vai ser elminada, existe connosco”, reiterou.

Há uma morte a ser investigada

Álvaro Ayres Pereira não falou da morte de um dos bebés internados no serviço de neonatologia do Hospital de Santa Maria, durante o surto, o diretor clínico do Hospital de Santa Maria, Rui Tato Marinho, negou que este esteja a ser investigado, uma vez que a criança que morreu era “muito pequenina”, “com imensos outros problemas” e que a presença da bactéria nada teve a ver com a causa da morte.

Declarações que contrariam a informação dada pelo diretor de Neonatologia daquela unidade hospitalar, André Graça, na noite de ontem.

“Morreu colonizado com a bactéria, mas não sabemos ainda em concreto se a causa da descompensação teve a ver com a bactéria ou não. Ainda não há dados finais da autópsia, etc, que nos possam fazer tirar conclusões definitivas em relação a essa situação”, disse o profissional de saúde na altura.