A Ordem dos Médicos afirmou hoje que não teve conhecimento de uma nova proposta de criação de uma rede de referenciação hospitalar em Obstetrícia, Ginecologia e Neonatologia e pede para aceder ao documento “com a máxima urgência”.
Em comunicado, a Ordem dos Médicos considera “um erro grave” a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estar a “trabalhar sem envolver institucionalmente as organizações do setor” e que isso revela “uma notória dificuldade em estabelecer um diálogo profícuo”.
O jornal Público noticiou hoje que o grupo de trabalho coordenado pelo médico Diogo Ayres de Campos para criar aquela rede entregou em julho uma segunda proposta, mas que a direção executiva do SNS já decidiu que terá de ser novamente revista.
Segundo o jornal, a segunda proposta vai ser revista para envolver “as várias instituições do SNS, porque o documento foi alvo de “um conjunto alargado de críticas”.
Em comunicado, a Ordem dos Médicos pede à direção executiva do SNS para ter acesso ao documento e que seja “formalmente chamada a pronunciar-se”, por ser “uma matéria de grande relevância para a população e para os cuidados de saúde em Portugal”.
A primeira proposta de criação de uma rede e referenciação hospitalar em Obstetrícia, Ginecologia e Neonatologia foi entregue ao Governo no final de setembro de 2022 e esteve em consulta pública em fevereiro deste ano.
Quando foi ouvido em janeiro na Comissão Parlamentar de Saúde, o coordenador da Comissão de Acompanhamento de Resposta em Urgência de Ginecologia, Obstetrícia e Bloco de Partos, Diogo Ayres de Campos, disse que o relatório elaborado pelos peritos e entregue à tutela era “um documento técnico” para a criação da rede de referenciação hospitalar nesta área, que ainda seguiria para discussão pública.