Um homem suspeito da autoria de um incêndio florestal, ocorrido na zona de Góis, no distrito de Coimbra, terá provocado o fogo para alertar para a falta de limpeza da floresta, disse fonte da Polícia Judiciária (PJ).
Em declarações hoje à agência Lusa, fonte da Diretoria do Centro da PJ – entidade que deteve o homem de 40 anos, divorciado e operador de armazém, sem antecedentes criminais – explicou que o suspeito confessou a autoria de um incêndio florestal junto ao lugar de Conhais, manifestando-se “muito preocupado” com a falta de limpeza da floresta em redor da povoação, localizada a cerca de sete quilómetros a sudoeste de Góis.
Acrescentou que o homem ateou o incêndio através do uso de chama direta e em zona florestal confinante com zona urbana.
“Este indivíduo estava muito preocupado com a falta de limpeza dos terrenos junto à localidade e perto de propriedades dele e da sua residência. Fez alertas a diversas entidades a manifestar essa preocupação e, sem ter tido respostas, achou que a melhor forma de sinalizar esta situação era provocar um fogo”, frisou a fonte da PJ.
A mesma fonte indicou que a intervenção da Polícia Judiciária na investigação (que contou com a colaboração do Grupo de Trabalho para a Redução das Ignições em Espaço Rural – Zona Centro e do comando dos Bombeiros Voluntários de Góis), sucedeu depois de terem ocorrido um total de oito ignições no passado fim de semana na zona da localidade de Conhais, situação que mereceu “atenção e cuidado” por parte da PJ.
Embora o agora detido apenas tenha assumido a autoria de um dos focos de incêndio, ocorrido no passado dia 9, sábado, numa zona florestal “de tal forma densa, que teria tudo para pegar, não fosse a rápida intervenção dos bombeiros”, a Polícia Judiciária mantém a investigação em curso e o homem é suspeito da autoria das restantes sete ignições.
“Os fogos têm em comum o ‘modus operandi’, a zona territorial e o espaço temporal. Vamos continuar a investigar e esperamos poder vir a confirmar que a autoria é a mesma”, observou a fonte da Diretoria do Centro da PJ.
O homem irá ser presente a tribunal em primeiro interrogatório judicial para determinação de eventuais medidas de coação.