Câmara de Ovar “desiludida” com prazos para obras da APA na praia do Furadouro

A Câmara de Ovar disse-se hoje “desiludida” com os prazos previstos pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para as obras na defesa da linha aderente da praia do Furadouro, zona da costa portuguesa sujeita a grande risco de erosão.

Após analisar os planos da APA para a empreitada denominada “Reabilitação e Reforço da Estrutura Longitudinal Aderente da Praia do Furadouro”, que a referida autarquia do distrito de Aveiro aponta como obra “há muito prometida e não concretizada”, a câmara lamenta também “a falta de projetos mais estruturantes” para lidar com o avanço do mar nessa porção da orla costeira do município.

O presidente da autarquia, Salvador Malheiro, explica a deceção: “De acordo com compromissos assumidos previamente pelo Governo, estávamos à espera de boas notícias, mas não as tivemos. Esta obra de reabilitação só terá início em 2024 e, muito provavelmente, só no outono”.

Além disso, “mais grave” é que os planos apresentados pela APA também não refiram as construções destinadas a proteger a costa da ondulação marítima. “A construção dos quebra-mares destacados não tem programação concreta, aguardando ainda luz verde do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, pelo que ficamos todos sem saber quando a obra irá começar”, acrescenta o autarca.

Por essas razões, Salvador Malheiro declara que “o Governo da Nação falha mais uma vez, em toda a linha, com o município de Ovar”.

Salientando que o concelho está “a perder território extremamente valioso”, o presidente social-democrata defende que, a par de intervenções preventivas, o Governo devia dar prioridade a um “investimento estrutural” que permitisse fixar a linha de costa tanto no Furadouro como em Cortegaça e, se possível, “ganhar terreno ao mar”.

Quanto ao que já está efetivamente anunciado, a câmara revela que a empreitada da APA a iniciar em 2024 no Furadouro vai envolver a recuperação e reforço de cerca de 1.300 metros de enrocamento de pedra, assim como a reabilitação e fortalecimento dos esporões de praia.

Com um valor-base de 2,5 milhões de euros, a obra terá um prazo de execução de 12 meses e, segundo a autarquia, a respetiva candidatura a financiamento já foi submetida ao PACS 2023 – Programa de Ação Climática e Sustentabilidade.