Maria João Berhan, uma das porta-vozes da manifestação, salienta que, neste momento, em Portugal “cerca de 20% da população vive abaixo do limiar da pobreza” e “mais de metade são pessoas que trabalham”. “Neste momento, trabalha-se para se continuar pobre”, enfatiza.
Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar”, é o que menciona o Artigo 65.º Constituição da República Portuguesa, mas infelizmente não é a realidade que se vive em Portugal nos dias de hoje.
“É um problema de justiça nunca antes visto”, alerta, em entrevista à TVC, Maria João Berhan, membro do coletivo Habita (Associação pelo Direito à Habitação e à Cidade) e uma das porta-vozes de uma manifestação que terá lugar este sábado, dia 30 de setembro, a propósito deste flagelo.
Sob o mote ‘Casa para Viver’ e ‘Planeta para Habitar’, o protesto acontece em vários locais do país – cujos pontos de encontro vai gritar a plenos pulmões que ter casa é um direito em qualquer parte do mundo.
Esta manifestação visa chamar a atenção para as “grandes desigualdades” no mundo, porque “toda a gente tem de viver e toda a gente tem de viver numa casa”. Por isso, afirma também a representante do coletivo Habita, “ambas as crises se traduzem num ataque às condições mais básicas da vida das pessoas”.