Ativistas pintam de vermelho obra de Picasso exposta no CCB em Lisboa

Obra está coberta por um vidro protetor, não tendo sido por isso diretamente atingida

Dois ativistas da Climáximo cobriram de tinta vermelha, esta sexta-feira, a obra ‘Femme dans un fauteuil (métamorphose)’, de Pablo Picasso, exposta no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.

Num comunicado enviado à TVC, a Climáximo revela que a ação faz parte do protesto contra a “crise climática, uma guerra declarada às pessoas, conscientemente, por governos e grandes empresas emissoras”.

“Não há arte num planeta morto. Temos de parar de consentir com uma normalidade onde milhares são assassinados pelos governos e empresas emissoras”, lê-se na mesma nota.

“Quando soldados alemães entraram no estúdio de Picasso em Paris, onde vivia durante a II Guerra Mundial, e viram o ‘Guernica’ (a famosa obra-prima que retrata os horrores da guerra), perguntaram-lhe ‘fizeste isto?’. Ele respondeu ‘não, tu fizeste isto’. As instituições culpadas pelo colapso climático declararam guerra às pessoas e planeta. Temos de parar aceitar esta normalidade”, salientou Sara, uma das ativisitas que participou do protesto.

Já a porta-voz do coletivo disse que, “em termos práticos, há que colocar um fim aos planos de novos aeroportos e expansão do gás em Portugal, parar os projetos da GALP no sul global, e fazer quem criou esta guerra pagar uma transição energética justa”, defendendo assim a causa da Climáximo.

De realçar que a obra, criada em 1929 pelo artista andaluz, encontra-se coberta por um vidro protetor, não tendo sido diretamente atingida. Anteriormente integrava a coleção privada do milionário Joe Berardo.