O Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, Jorge Custódio, juntamente
com o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Oleiros, Paulo Urbano, promoveu, na
passada terça-feira, uma sessão de esclarecimento, a propósito do corte de estrada entre
Janeiro de Baixo e Admoço.
Na Junta de Freguesia de Janeiro de Baixo, Jorge Custódio explicou que o corte do
referido troço remonta a outubro de 2020, altura em que ambas as Autarquias decidiram
tomar essa decisão, fundamentada em pareceres técnicos que indicavam elevado risco
de derrocadas, pondo em causa a segurança na circulação de veículos, pessoas e bens.
Dada a complexidade técnica que a obra acarreta e considerando que a intervenção
abrange uma zona classificada como geomonumento – monumento natural de origem
geológica – pela UNESCO, o Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra
Custódio voltou a frisar que foi afastada a hipótese de ser realizada uma intervenção
“leviana” ou que não respeitasse as regras ambientais definidas para operações em
formações geológicas desta relevância.
Para o efeito, detalhou Jorge Custódio, foram contactas 3 empresas para “aferir o que
era necessário tecnicamente”, sendo que “todas se recusaram a apresentar uma
proposta de intervenção”, tendo em conta o “índice de perigosidade” associado. De
seguida, a Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra recorreu ao LNEC – Laboratório
Nacional de Engenharia Civil para a elaboração do “relatório técnico” que sustentou a
elaboração de projeto de execução pela empresa GEOVIA, documentos que foram
apresentados recentemente.
Contudo, a intervenção que visa diminuir o risco, conduz à necessidade de um
investimento estimado de 1 milhão e 200 mil euros, valor que Pampilhosa da Serra e
Oleiros consideram elevado para ser suportado na íntegra pelos orçamentos municipais.
De acordo com os Municípios, o objetivo passa agora por tentar sensibilizar o governo
para um “problema difícil de resolver” e que se “arrasta há mais tempo do que era
expectável”, na tentativa de encontrar financiamento por via do orçamento de estado ou
de fundos comunitários, notou Jorge Custódio.
Ciente dos “constrangimentos” causados a toda a população e visitantes ao longo deste
tempo, o Presidente da Câmara Municipal garantiu que já foi pedida ao Ministro do
Ambiente uma reunião conjunta com caráter de urgência, sendo que a reabertura
imediata da estrada, devido ao percetível perigo associado, não será efetuada.
Paulo Urbano, corroborou esta interpretação, reiterando que é preciso “sensibilizar o
governo” e “focar na solução” da estrada cortada há cerca de 3 anos. “Necessitamos de
ter no terreno parcerias efetivas e ajuda”, disse o Vice-Presidente da Câmara Municipal
de Oleiros, acrescentando que “por parte da Naturtejo e da UNESCO Portugal há alguma
flexibilidade para se associarem como parceiros junto do governo central”.
Ao longo de uma extensão de cerca de 150 metros lineares de intervenção, em traços
gerais, de acordo com o LNEC e com a empresa de consultoria de engenharia Geovia, o
que está preconizado passa pela aplicação de redes de aço reforçada com cabos de aço e
estruturas metálicas, desmatação e remoção de rochas fragmentadas, reforço do maciço
com betão e ainda a repavimentação do troço de estrada afetada.
No final da sessão, o Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, lamentou
que a “situação ainda não esteja resolvida”, apesar de “ambas as Câmaras Municipais
não terem tirado o pé do acelerador”. “Estamos a fazer o melhor que sabemos e
podemos”, concluiu.