Todos os cinco detidos na Operação Influencer ficam em liberdade

Já são conhecidas as medidas de coação aplicadas aos detidos no âmbito da Operação Influencer.

Todos os cinco detidos no âmbito da Operação Influencer ficaram em liberdade, decretou, esta segunda-feira, o juiz de instrução. Em causa está a investigação aos negócios do lítio, hidrogénio e centro de dados de Sines.

Segundo o Tribunal de Instrução Criminal, o ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, e o advogado Diogo Lacerda Machado, que são suspeitos do crime de tráfico de influência em coautoria, estão proibidos de sair do país e terão de entregar o passaporte no prazo de 24 horas. Lacerda Machado, conhecido como o “melhor amigo” de António Costa, terá ainda de pagar uma caução de 150 mil euros.

O presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, e os administradores da empresa Start Campus, Rui de Oliveira Neves e Afonso Salema, suspeitos dos crimes de tráfico de influência e oferta indevida de vantagem, ficaram sujeitos à medida de coação de Termo de Identidade e Residência.

Já a empresa Start Campus terá de pagar uma caução de 600 mil euros no prazo de 15 dias.

Sublinhe-se que, no domingo, o Ministério Público (MP) pediu a medida de coação mais gravosa para Vítor Escária e Diogo Lacerda Machado, após a conclusão dos interrogatórios e das alegações, que decorreram no Campus de Justiça, em Lisboa.

Já para Nuno Mascarenhas, o MP pediu como medidas de coação a suspensão de mandato, a proibição de contactos e a proibição de entrar nas instalações da autarquia. Para o administrador da Start Campus Afonso Salema foi pedida proibição de contactos e uma caução de 200 mil euros e para o também administrador da empresa Rui Oliveira Neves uma caução de 100 mil euros e igualmente proibição de contactos.

O Ministério Público realizou, na passada terça-feira, 7 de novembro, pelo menos 42 buscas e deteve cinco pessoas para interrogatório: Vítor Escária, Nuno Mascarenhas, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves e Diogo Lacerda Machado.

No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

Segundo o Ministério Público (MP), poderiam estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência.

António Costa é alvo de uma investigação no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos negócios investigados.

Na sequência desta operação, o primeiro-ministro apresentou a demissão e o Presidente da República decidiu convocar eleições legislativas antecipadas para 10 de março de 2024.