Um homem, de 64 anos, confessou hoje no Tribunal de Aveiro ter ateado fogo a uma casa arrendada, onde habitava juntamente com a companheira e a filha desta, por motivos passionais.
“Relativamente ao incêndio é verdade. Passou-me pela cabeça com os ciúmes”, disse o arguido, no início do julgamento em que responde por um crime de incêndio e outro de violência doméstica.
Perante o coletivo de juízes, o homem explicou que ateou fogo com um isqueiro a um lençol num dos quartos da casa e disse que foram os bombeiros que o retiraram do interior da habitação em chamas.
O arguido contou ainda que, antes de atear fogo à casa, telefonou à companheira, que se encontrava num café com a filha e um amigo, a avisar o que ia fazer.
Admitiu ainda a existência de discussões no seio do casal motivadas por ciúmes, por desconfiar que a companheira lhe era infiel, demonstrando arrependimento.
Numa dessas discussões, o arguido confessou ter pegado numa faca de cozinha e desferido um golpe na barriga da companheira, negando contudo outras agressões, e disse não se lembrar de a ter injuriado.
O arguido disse ainda estar disponível para realizar despiste à problemática aditiva alcoólica e, caso seja necessário, sujeitar-se a tratamento psiquiátrico.
O incêndio na habitação composta por dois pisos, situada em Oliveirinha, Aveiro, ocorreu na noite de 20 de maio de 2022.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), após uma discussão, o arguido ateou fogo à roupa da cama num dos quartos da habitação e as chamas alastraram-se ao 1º andar da habitação que ficou destruído.
O MP refere ainda que se não fosse a pronta atuação dos Bombeiros, o fogo ter-se-ia propagado a todo o edifício.