Câmara de Alcobaça espera que incêndio não inviabilize recuperação do Hotel Parque

O presidente da Câmara de Alcobaça, Hermínio Rodrigues, disse hoje esperar que o incêndio que no domingo destruiu o Hotel Parque, em S. Martinho do Porto, não inviabilize a recuperação do edifício classificado de interesse municipal.

“Espero que o incêndio, cujas causas vão ser averiguadas, não tenha posto em causa a estrutura do edifício e a execução do projeto existente para a sua recuperação”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Alcobaça, Hermínio Rodrigues (PSD), na sequência do incêndio que no domingo destruiu o antigo Hotel Parque, em S. Martinho do Porto.

O incêndio deflagrou às 16:35, no edifício construído em 1910 para habitação e que foi depois transformado em pensão e, mais tarde, no Hotel Parque, que viria a tornar-se um dos mais emblemáticos hotéis de S. Martinho do Porto até fechar portas em 1956.

Nas duas décadas seguintes houve várias tentativas de renovação do hotel, que acabaram por nunca se concretizar, estando o imóvel abandonado desde os anos 80.

“Domingo foi um dia negro para S. Martinho e para todo o concelho de Alcobaça”, no distrito de Leiria, disse Hermínio Rodrigues, lamentando os danos no edifício classificado de interesse municipal.

De acordo com o autarca, deu entrada na Câmara “um projeto de recuperação que prevê a manutenção da fachada” e a transformação do antigo hotel “num conjunto de apartamentos”, a concretizar por um promotor privado.

O incêndio combatido por 32 operacionais, apoiados por 13 viaturas, ficou controlado por volta das 19:35 de domingo e segundo o autarca, “não pôs em perigo outros edifícios da zona histórica”, nem causou feridos.

Na sequência do incêndio foi hoje criada uma petição ‘online’ na qual “residentes e amantes de São Martinho do Porto, expressam “profunda tristeza, preocupação e revolta com a recente destruição causada pelo incêndio no Hotel Parque que, ao longo dos anos, desempenhou um papel significativo na comunidade”.

Os signatários exigem “uma rápida mobilização de recursos e esforços para a reconstrução integral deste património cultural, preservando a sua arquitetura única e relevância histórica”.

A restauração “não apenas honrará todo o nosso passado, como também proporcionará um legado valioso para as gerações futuras”, defendem os subscritores do documento, que desafia “as autoridades locais, regionais e nacionais a alocarem os fundos necessários e colaborarem com especialistas em conservação para garantir que o Hotel Parque seja devolvido à sua glória original”.

Até ao final da manhã de hoje a petição contava com 260 assinaturas.