A terceira edição do Cortiçada Art Fest vai levar em junho 20 artistas internacionais a Idanha-a-Nova, Sertã, Proença-a-Nova e Oleiros, no distrito de Castelo Branco, e a Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, anunciou a organização.
Iniciativa do Museu Experimenta Paisagem (MEP), o Cortiçada Art Fest, um festival de experiências artísticas, decorre entre 10 e 16 de junho e, nesta edição, assume “outra escala, extremamente ambiciosa”, avançou à agência Lusa a responsável pelo projeto, Marta Aguiar.
“Os 20 artistas internacionais da rede do Museu Chillida-Leku”, de Hernani, no País Basco, Espanha, apresentam “um conjunto muito alargado de atividades, desde ‘workshops’ até performances para públicos do mundo da educação, sejam professores, sejam formadores das várias áreas dos museus, seja para estudantes, seja para o público em geral”, explicou.
O programa inclui também residências, visitas guiadas e conversas, e está a gerar uma enorme expectativa.
“Estamos a movimentar muitas escolas e público também ligado às equipas municipais, bibliotecas e associações culturais que dinamizam, de facto, a região. Estamos a mobilizar não só habitantes, mas também as universidades”, detalhou Marta Aguiar.
Este ano, Cortiçada Art Fest estende-se aos concelhos de Idanha-a-Nova e Pedrógão Grande, levando mais longe “o desenvolvimento territorial desta região do Centro que tem sido atacada violentamente pelos incêndios”.
“A questão de fundo que colocamos é: como inverter este destino de despovoamento, como inverter o movimento das pessoas. E, portanto, o MEP”, coordenado pelo Atelier MAG – Marques de Aguiar, do Porto, “é um instrumento para atrair novos públicos para o Centro do país como um destino internacional de arte contemporânea”.
O programa arranca nos dias 10 e 11 de junho em Idanha-a-Nova e Pedrógão Grande e, depois, até dia 16, circulam pelos restantes municípios as intervenções dos artistas indicados pelo Museu Chillida-Leku, que trabalham desde as artes plásticas à arquitetura, passando pelo bailado e música, “com uma componente digital muito forte”.
Marta Aguiar destacou o 15 de junho, “um dia extremamente intenso”, em Proença-a-Nova: começa com “um ‘forest bath’, um ‘workshop’ na natureza”, ao longo do trilho da obra de arte “Menina dos Medos”, prosseguem com a atuação de uma bailarina vertical junto à obra “Farol dos Medos”, em Serra das Talhadas, e culmina com outra performance em Cunqueiros, perto de “Magma Cellars”.
A finalizar, no dia 16 de junho, há conversa entre vários convidados, como João Pinharanda, diretor do MAAT, de Lisboa, ou Catarina Távora, da Orquestra Sem Fronteiras.
Após duas edições, Cortiçada Art Fest contribuiu já para “a mudança da narrativa dos próprios habitantes”.
As atividades são desenvolvidas envolvendo moradores e empresas locais, fomentando “uma progressiva valorização do património que já lá está, das histórias, das memórias, da relação com os lugares”.
Em paralelo, o MEP desenvolve nestes territórios “Landscape together”, projeto que coloca obras de arte permanentes na paisagem. Até 2026 serão inauguradas criações dos alemães KHBT em Pedrógão Grande e do coletivo francês Yok Yok em Salvaterra do Extremo, em Idanha-a-Nova.
Através do Cortiçada Art Fest e de “Landscape together”, Marta Aguiar acredita que, até ao início de 2027, será concretizada a meta estabelecida.
“Temos vários parceiros internacionais muito fortes, desde a Alemanha, França, Espanha e outros países. Acreditamos que sim, que no final deste período, [o centro do país] será mesmo um destino internacional”. E, para isso, Cortiçada Art Fest será “uma âncora importante”.