Dono de aviário em Castro Daire perde 20 mil pintos e 20 colmeias

Um incêndio devastador em Castro Daire resultou na destruição do aviário de Armando Lima, um empresário que havia investido 24 anos na sua construção. O incêndio, que ocorreu ao longo da última semana, levou à perda de 20.000 pintos e 20 colmeias.

Durante uma visita ao local, o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, ouviu o lamento do empresário, que revelou ter trabalhado durante 20 anos para pagar o aviário. “Agora pensava em relaxar e começar a ganhar algum dinheiro, mas tudo foi destruído. Os pintos ficaram carbonizados e o aviário está completamente queimado”, lamentou.

Armando, de 68 anos, confessou que ainda não conseguiu entrar no aviário, sentindo a necessidade de ajuda psicológica para lidar com a situação. “O meu filho disse-me que, quando fecha os olhos, só vê chamas”, contou, revelando a dor emocional que a tragédia lhe causou.

Além dos 20.000 pintos, o incêndio destruiu também um carro antigo que muito estimava e uma boa quantidade de castanheiros em seu terreno anexo, que conta com cerca de cinco hectares. Durante a visita, tanto o ministro como o presidente da Câmara Municipal de Castro Daire, Paulo Almeida, ofereceram palavras de conforto e garantiram que apoios financeiros estariam a caminho.

“Não pode desistir. Estamos aqui para ajudar”, prometeram, enquanto Almeida mencionou que já tinha equipas no terreno a avaliar os danos.

O incêndio também teve um impacto significativo na agricultura local. Carlos Ferreira, um agricultor da freguesia de Moledo, perdeu cerca de 50% da sua exploração de frutos vermelhos e todo o seu hectare de olival, que estava prestes a dar a sua primeira colheita.

“Ardeu tudo. A maior parte da minha produção é para exportação e o plástico das estufas que restou não se aproveita”, explicou Ferreira, que também ficou sem a sua estação meteorológica e um conjunto de painéis solares que ajudaram a proteger o pavilhão.

Com as chamas a consumirem vastas áreas de floresta, o ministro adiantou que o próximo passo seria repensar a floresta existente na região. Nos últimos incêndios, nove pessoas perderam a vida e mais de 170 ficaram feridas, com um total de cerca de 135.000 hectares consumidos pelas chamas.

Este ano, a área ardida em Portugal já se aproxima dos 147.000 hectares, a terceira maior da última década, segundo o sistema europeu Copernicus.