Crise na saúde: Balcão de Cirurgia do Hospital de Aveiro volta a encerrar em momentos críticos

O Balcão de Cirurgia do Hospital de Aveiro, peça essencial na resposta médica da região, vai encerrar novamente durante períodos críticos, deixando milhares de utentes numa situação de incerteza e vulnerabilidade. Os encerramentos estão previstos para as noites de sábado, 28 de dezembro, até domingo, 29 de dezembro, de terça-feira, 31 de dezembro, para quarta-feira, 1 de janeiro, e de quarta-feira, 1 de janeiro, para quinta-feira, 2 de janeiro. Em cada uma dessas ocasiões, o serviço estará indisponível entre as 20h e as 08h do dia seguinte.

Estes encerramentos, em plena época de festividades, levantam sérias preocupações sobre a capacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em garantir atendimento de emergência na região. A decisão, que se deve à falta de médicos disponíveis para cumprir escalas de urgência, reflete uma crise que tem assolado o setor da saúde. Fontes internas indicam que o impasse se agrava pela recusa dos profissionais em realizar horas extraordinárias além do limite legal.

Com o Balcão de Cirurgia inoperacional, os utentes em situações de urgência serão obrigados a procurar apoio noutras unidades hospitalares, potencialmente sobrecarregadas, como as de Coimbra ou Aveiro Norte, aumentando o tempo de resposta em casos que podem ser fatais. O impacto direto no bem-estar da população é alarmante, especialmente considerando o aumento de acidentes e emergências durante as celebrações de Ano Novo.

A situação relembra episódios semelhantes registados em outubro de 2023, quando o mesmo serviço esteve encerrado por motivos semelhantes. Na altura, a direção do Centro Hospitalar do Baixo Vouga apontou a falta de recursos humanos como o principal obstáculo, mas, até agora, soluções permanentes continuam a ser adiadas.

Organizações de utentes e profissionais de saúde já apelaram ao Governo para que intervenha com urgência, mas as respostas têm sido escassas. A população exige garantias de que o SNS será capaz de funcionar sem falhas durante os períodos de maior necessidade.

E os responsáveis?

Este novo capítulo na crise da saúde nacional traz uma questão inevitável: quem assumirá a responsabilidade pelos eventuais prejuízos à saúde da população? Sem respostas concretas, resta apenas a angústia para quem depende do SNS. Enquanto isso, o caos parece ser a única certeza.