Ministra da Saúde confessa que decisão de alienação do Hospital de São João da Madeira está tomada, independentemente do custo-benefício

Susana Correia, Deputada do Partido Socialista eleita pelo círculo eleitoral de Aveiro, confrontou a Ministra da Saúde, em recente audição parlamentar, com a necessidade de esclarecimentos sobre a decisão de desmantelar os cuidados públicos de Saúde prestados na região de Entre o Douro e Vouga, através da transferência dos recursos do Hospital de São João da Madeira para a Santa Casa da Misericórdia local.

Susana Correia exigiu à Ministra que apresentasse dados justificativos do racional que comprova que aquela transferência representa um ganho para a população, para os profissionais e para o SNS, ao invés do que parece ser o desmantelamento da capacidade instalada naquele hospital, que integra a rede pública naquela região. “Se tirarmos os recursos do SNS é certo que chegará o momento em que o SNS não vai conseguir responder”, afirmou a deputada.

A Ministra foi ainda confrontada com o facto de, para além de não dar as explicações necessárias, não ter envolvido os autarcas neste processo, de até ao momento não ter dado qualquer resposta aos pedidos de reunião do Presidente de Câmara Municipal de São João da Madeira. Acresce ainda que a Secretária de Estado da Saúde reuniu com a ULS de Entre o Douro e Vouga sobre este assunto, não tendo convidados os autarcas da região para o encontro.

A resposta da Ministra da Saúde deixou claro que esta é uma decisão política que visa a concretização do plano do Governo de Passos Coelho, em 2015. Decisão essa que está tomada, independentemente do resultado técnico – ainda por obter, segundo a governante – dos estudos de avaliação de custo-benefício para o SNS e para as populações.

Portanto, independentemente de ter ou não ter estudos que justifiquem tecnicamente a opção política, ressuscitada do longínquo ano de 2015, o PS está em condições de concluir que este Governo está determinado em alienar os recursos do SNS, as suas respostas devidamente instaladas e organizadas, independentemente das contingências técnicas e dos prejuízos que isso gerará para as populações.