Documento aponta a realização de um investimento global de cerca de 90 milhões de euros em medidas estratégicas de mobilidade suave.
Reformar o sistema de mobilidade do concelho é o objetivo do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS) de Águeda, que define as prioridades para os próximos 10 anos. O documento estratégico aponta a realização de 46 ações que congregam um investimento global de cerca de 90 milhões de euros, 58% dos quais são passíveis de financiamento comunitário.
“A mobilidade sustentável não é uma opção, é uma prioridade estratégica para o Município de Águeda, que desde há alguns anos se dedica de forma consistente à implementação de medidas e boas práticas na área da sustentabilidade, seja do ponto de vista ambiental ou da mobilidade, que têm sido apontadas como exemplares por vários organismos nacionais e internacionais”, declarou Edson Santos, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Águeda, salientando que o PMUS é mais uma evidência desta preocupação municipal e que resulta de um trabalho sólido iniciado em 2023.
O PMUS de Águeda – que já foi aprovado pelo Executivo e pela Assembleia Municipal – é um documento “ambicioso que aponta as metas e os investimentos prioritários a realizar na próxima década e que certamente irão melhorar as condições de vida das nossas populações, garantindo um futuro mais saudável e eficiente, onde o desenvolvimento urbano coexiste de forma harmoniosa com a criação de espaços seguros de fruição pública”, defendeu Edson Santos.
O PMUS dota o município de um instrumento capaz de orientar o desenvolvimento não só do sistema de mobilidade do concelho, mas do próprio território para um modelo mais equilibrado, justo e sustentável.
A implementação de medidas de acalmia de tráfego em pontos sensíveis; a estruturação de uma rede ciclável concelhia; a expansão do sistema beÁgueda; a melhoria das condições de acessibilidade no Transporte Público; a requalificação da Linha do Vouga; a implementação de zonas 30 e de coexistência nos principais aglomerados do concelho; e a construção de ligações em falta da rede viária estruturante são as principais ações a concretizar.
Medidas concretas a implementar
No sentido de acalmar o tráfego em algumas áreas urbanas está prevista a criação de 3 novas passadeiras sobrelevadas e 22 lombas redutoras de velocidade em todo o concelho.
É proposto também a criação de uma rede ciclável à escala do concelho, ligando as diferentes freguesias, nomeadamente aglomerados residenciais e zonas industriais, ao centro da cidade. Partindo da rede ciclável urbana, a curto prazo, prevê-se a ligação ciclável enquadrada na nova via de ligação do PEC ao IC2 e, a médio prazo, é proposta a consolidação da rede viária a sul do centro de Águeda, possibilitando a ligação entre a zona industrial de Barrô e o centro da cidade, bem como ao Estádio Municipal e ao Clube de Ténis de Águeda.
Está preparada a expansão das BeÁgueda – Bicicletas Elétricas de Uso Partilhado de Águeda, com novas estações a serem implementadas no centro urbano de Águeda e fora da cidade, designadamente em Á-dos-Ferreiros, Barrô (Aguada de Baixo), Fermentelos e Belazaima do Chão. A maior parcela desta expansão, a curto prazo, será no centro de Águeda, com localizações como o Centro de Artes, as Piscinas Municipais e o Mercado Municipal, bem como o Jardim 1º de Maio.
A realização de um estudo com vista à otimização da oferta da rede da Busway em Águeda, a melhoria da oferta do serviço da MobeÁgueda – transporte a pedido e a implementação de uma plataforma tecnológica de gestão dos serviços públicos são outras medidas a concretizar.
O PMUS aborda ainda a requalificação da Linha do Vouga, criando as condições para o reforço da oferta. Destaca-se a construção de três novos apeadeiros (Alagoa, Ninho de Águia e Jafafe) com o objetivo de garantir o aumento da cobertura territorial desta infraestrutura, que é a única via de bitola estreita em funcionamento em Portugal.
É proposto no plano a implementação de zonas 30 e de coexistência, pelos diversos aglomerados residenciais do concelho de Águeda. A curto prazo propõe-se a execução no centro de Águeda, ao que seguirá, gradualmente, a sua expansão para outras zonas, com destaque para os núcleos de maior densidade populacional e a rede envolvente aos estabelecimentos de ensino e de saúde.
O PMUS aponta a necessidade de construção de ligações em falta da rede viária estruturante. Das ligações intermunicipais, inclui a segunda fase da EN333 ligando o IC2 ao concelho de Oliveira do Bairro e a nova ligação Aveiro-Águeda, criando uma variante à EN230.
É proposto a construção da Via de Cintura Externa, que facilitará a ligação da EN1 à Zona Industrial da Giesteira e ao Parque Empresarial do Casarão, mas também a Assequins; bem como a Variante de Aguada de Cima, estabelecendo uma nova ligação entre a EM 606-2 e o Parque Empresarial do Casarão, e a ligação Carvalhal – A25, conhecida como Variante do Soutelo, facilitando a ligação de Macinhata do Vouga a esta via da rede nacional.
O documento e as ações a realizar poderão contribuir para a preparação de medidas inovadoras que possam vir a ser implementadas e/ou atualizadas no Município de Águeda, no âmbito do Plano Intermunicipal de Mobilidade e Transportes da Região de Aveiro (PIMTRA).
É de salientar, ainda, que o PMUS de Águeda está alinhado com as orientações nacionais nesta matéria, nomeadamente a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável 2020-2030 e a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Pedonal 2030.