Quatro portugueses vão escolher o novo Papa

Portugal estará representado no conclave que elegerá o sucessor de Francisco por quatro cardeais: Manuel Clemente, António Marto, Américo Aguiar e José Tolentino Mendonça. Todos eles têm menos de 80 anos, requisito obrigatório para participarem na eleição papal, e integram o colégio de 133 cardeais eleitores.

O conclave arranca no próximo dia 7 de maio, no Vaticano, com uma missa solene na Basílica de São Pedro a preceder a entrada dos cardeais na Capela Sistina, onde decorrerão as votações secretas. Esta eleição realiza-se na sequência do falecimento do Papa Francisco, ocorrido a 21 de abril, aos 88 anos, vítima de um AVC. No domingo de Páscoa, Francisco tinha feito a sua última aparição pública, ainda em recuperação de uma pneumonia grave que o havia mantido hospitalizado por mais de um mês.

Recorde-se que Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, foi o primeiro jesuíta e também o primeiro latino-americano a ascender à liderança da Igreja Católica. O período oficial de luto terminará no dia 4 de maio.

A eleição do novo pontífice seguirá regras rigorosas estabelecidas pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis. Durante o conclave, os cardeais estarão totalmente isolados: proibidos de comunicar com o exterior, de ler notícias ou de aceder a qualquer meio de comunicação. O segredo é absoluto e a sua violação pode levar a penalizações severas, incluindo a excomunhão.

Para ser eleito Papa, é necessário obter dois terços dos votos. Realizar-se-ão até quatro votações por dia, duas de manhã e duas à tarde. Após cada votação, os boletins serão queimados numa pequena chaminé da Capela Sistina: fumo preto indicará que ainda não houve eleição, enquanto fumo branco anunciará a escolha do novo líder espiritual dos católicos.

Se após três dias não houver eleição, os cardeais terão um dia de oração e reflexão antes de retomar as votações, podendo então bastar a maioria absoluta.

Na história recente, Francisco foi eleito à quinta votação, enquanto Bento XVI foi escolhido à quarta. Quando finalmente se chegar a um consenso, o cardeal eleito será convidado a aceitar a missão e a escolher o nome pontifício pelo qual será conhecido. Em seguida, vestirá a tradicional túnica branca e surgirá na varanda da Basílica de São Pedro, precedido pelo anúncio solene: “Habemus Papam”.