Chegou ao fim a jornada de 8 dias que recuperou a magia, a tradição, os saberes e sabores do natal de outros tempos. A singularidade e autenticidade serranas fizeram-se sentir ao longo de todo o evento, sendo que à semelhança das edições anteriores – a última tinha ocorrido em 2018 -, a intenção passou por realçar os costumes, os sentimentos, o encanto e a “alma” do Natal que as famílias Pampilhosenses desde sempre celebraram de forma humilde e “pura”, sem grandes luxos, mas com o que verdadeiramente importa: união, compaixão, convívio e alegria.
Jorge Custódio, Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, considera que os objetivos “foram ultrapassados”, nomeadamente “dar a conhecer o que são as verdadeiras raízes do natal da serra” e “trazer mais pessoas ao concelho no pico do inverno”, altura em que, comparativamente ao verão, o fluxo turístico é por norma inferior. Pelo Natal Serrano passaram “mais de 6 mil pessoas”, o que para Jorge Custódio é um número “significativo”. “Se em 2 fins de semana conseguimos ter este alcance, acredito que com uma consolidação maior do evento, podemos fazer com que, cada vez mais, os filhos da terra e os visitantes tenham Pampilhosa da Serra no guia turístico de inverno”, constatou.
O evento tem um ADN muito próprio, percetível a todo instante em elementos como o Festival da Filhó Espichada, um espetáculo dentro do espetáculo, protagonizado pela ternura e simpatia de intervenientes de todas as Freguesias do concelho, que nas várias “bancas” apresentaram aos visitantes diferentes formas de confecionar uma das iguarias mais conhecidas da Região. Neste particular destaca-se o “cariz social” do evento, dado que os mais de 10 mil euros provenientes da venda das filhós reverterão na íntegra a favor das creches da Santa Casa da Misericórdia de Pampilhosa da Serra e da Associação de Solidariedade de Dornelas do Zêzere.
O Mercadinho de Natal e a Eira da Brincadeira, evidenciaram-se também pelo ambiente acolhedor – decorado “à moda antiga” – com que receberam pequenos e graúdos. Este “saber receber” estendeu-se, claro está, ao “salão das festas”, um espaço onde 3 instituições concelhias – Grupo Desportivo Pampilhosense, Santa Casa da Misericórdia de Pampilhosa da Serra e Associação dos Bombeiros Voluntários de Pampilhosa da Serra – promoveram o convívio, a amizade e também a gastronomia, nomeadamente com a confeção da tradicional Tibornada de Bacalhau, um prato muito elogiado ao longo de todo o evento.
Naturalmente que as atuações (itinerantes ou no palco principal) contribuíram sobremaneira para o espírito convivial contagiante que registou durante o certame. Nomes como Augusto Canário, David Antunes, Grupo Musical Fraternidade Pampilhosense ou as Concertinas do Machio, proporcionaram momentos de grande entusiasmo e emoção.
Este ano, houve ainda uma novidade que entusiasmou as famílias: um planetário, espaço de ciência e de sonhos onde os elementos astronómicos iluminaram a imaginação e a criatividade, proporcionando agradáveis momentos.
No rescaldo da iniciativa, Jorge Custódio constatou ainda que um dos maiores méritos do Natal Serrano é o “cariz familiar”, considerando que o evento “serviu para unir e juntar os Pampilhosenses”. “Para a Câmara Municipal esta é a parte mais significativa”, notou.