O posicionamento dos produtores de mirtilo em Portugal no mercado europeu será um dos temas centrais do 12.º encontro destes profissionais com a participação de especialistas portugueses, italianos e marroquinos, disse hoje à agência Lusa um responsável.
“Vamos debater o mercado e o nosso posicionamento, enquanto Portugal, no mercado europeu e, para isso, teremos contributos de especialistas nacionais e ainda de um italiano e outro marroquino, que são os nossos concorrentes”, adiantou o presidente da Associação Nacional de Produtores de Mirtilo (ANPM), Carlos Adão.
O 12.ª encontro nacional de produtores deste fruto vai realizar-se em Penalva do Castelo, no distrito de Viseu, entre 27 e 28 de outubro.
“Espanha, que tem uma janela de oportunidade um bocadinho antes da nossa, e, depois, Itália e Marrocos são países que têm um peso significativo na exportação e, por isso, importa falarmos e percebermos a concorrência”, sublinhou à agência Lusa Carlos Adão.
Segundo o dirigente associativo, “tipicamente, Portugal exporta para o norte da Europa”, com “a maior percentagem da fruta a ir para os Países Baixos, mas não enquanto consumidores finais, já que funcionam um bocadinho como um centro de distribuição”.
“Ou seja, a fruta vai para lá maioritariamente a granel, embora também enviemos já embalada, e é lá que é embalada e redistribuída para os mercados de toda a Europa”, esclareceu.
Fora este “centro logístico”, continuou Carlos Adão, países como França, Espanha, Bélgica ou Reino Unido são os líderes dos países europeus a consumir o mirtilo português”, que “é na sua maioria” produzido para exportação.
Carlos Adão acrescentou que Portugal tem registado “um aumento grande, significativo, do consumo do mirtilo”, não por ter dados concretos, “porque não há, mas por as conversas que os produtores partilham” entre si.
Já em relação ao número de produtores, Carlos Adão referiu que, “segundo o INE [Instituto Nacional de Estatística], em 2010, havia cerca de 40 hectares e, em 2021, os dados estimam quase 2.600 hectares” para produção do fruto.
“O mirtilo, dentro dos pequenos frutos, foi o que deu um salto mais significativo na produção”, reforçou Carlos Adão, prevendo a presença de “mais de 300 produtores portugueses” em Penalva do Castelo e também de “alguns espanhóis, italianos e marroquinos”.
Em debate estarão também “as tecnologias em contexto agrícola, como sensores de gestão hídrica, o melhoramento de plantas e o contributo das novas variedades para o futuro do mercado”.
“Um tema que é recorrente é a própria organização, a concentração da produção, a organização da fileira”, que também ocupará a reunião, acrescentou Carlos Adão.