O Teatro Municipal de Oliveira de Azeméis (TeMA) começa a funcionar sábado, após a requalificação de seis milhões de euros com que a autarquia transformou o antigo Cineteatro Caracas numa sala “finalmente digna e apta a acolher qualquer espetáculo”.
É essa a garantia do presidente desta autarquia do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, Joaquim Jorge Ferreira, ao lembrar que em 2019, por altura do arranque das obras, o imóvel da década de 1960 tinha “instalações completamente antiquadas, que não reuniam condições de conforto nem segurança para o público e que só dispunham de equipamento ténico muito obsoleto”.
A partir de um conceito arquitetónico encomendado pelo anterior executivo social-democrata ao gabinete Broadway Malyan e entretanto finalizado pela atual câmara socialista com projetos de especialidade como os de acústica, climatização e sistema audiovisual, o TeMA está agora “pronto a receber teatro, dança, concertos a solo e de orquestra – tudo o que se quiser, inclusive cinema”.
Entre as mudanças operadas no edifício, a mais visível é a nova aparência exterior das duas frentes, que agora exibem um revestimento chapeado concebido especificamente para ocultar as escadas de segurança exigidas por lei a salas com capacidade até 499 pessoas – que é a lotação atual do teatro, após uma redução de 166 lugares destinada a assegurar maior comodidade e mobilidade à plateia.
Já no interior, as principais transformações prendem-se com questões técnicas: o palco foi totalmente redefinido, tendo agora mais profundidade e uma maior boca de cena; a disposição da plateia foi reorganizada, exibindo cadeiras mais confortáveis; as áreas para atividades complementares foram aumentadas, integrando um auditório secundário com cerca de 200 lugares e uma sala polivalente para iniciativas culturais; e o sistema audiovisual foi substituído por equipamento “do mais recente que há”, adequando-se também a projeção cinematográfica.
Com quatro milhões de apoio em fundos comunitários, a empreitada permitiu ainda construir um novo telhado, instalar um sistema de climatização em todo o imóvel e equipar a casa com uma cafetaria.
Quanto à programação da sala, arranca no sábado com visitas encenadas ao edifício, numa iniciativa aberta ao público em geral, mas sujeita a inscrição prévia, e prosseguirá a 11 de novembro com um concerto inaugural por Mário Zambujo, após o que se seguem outras quatro propostas até final do ano. O restante cartaz só será divulgado em 2024, quando concluído o processo de contratação de um novo programador.
“No Cineteatro Caracas tínhamos uma equipa muito reduzida e agora vamos reforçá-la, depois de contratar um programador cultural e atender às sugestões que ele nos der ao nível de recursos humanos”, adianta Joaquim Jorge Ferreira.
O presidente da Câmara realça, contudo, que esse responsável não limitará a sua intervenção ao TeMA: “O que pretendemos é que ele assegure uma programação integrada para todo o concelho, coordenando a oferta do novo teatro não só com a da Biblioteca Ferreira de Castro e a do Centro Lúdico, por exemplo, mas também com a das coletividades e instituições locais que têm salas próprias e eventos regulares, numa lógica de complementaridade que evite sobreposições e redundâncias”.
A nova equipa a constituir para esse efeito coordenará também a programação da futura Oficina das Artes, a instalar no prédio da antiga Garagem Justino, em frente ao TeMA. Como esses dois equipamentos se situam a poucos metros da Academia de Música local, Joaquim Jorge Ferreira já encara essa zona como “o novo quarteirão das artes” de Oliveira de Azeméis.
Antes disso, contudo, o autarca aponta como prioritária outra tarefa a desempenhar pelo novo programador cultural: “Terá que tratar da integração do TeMA na Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, o que é mais do que justificado considerando que agora temos aqui uma sala moderna e altamente funcional, que vai ter respostas culturais de qualidade e tornar-se uma referência da região”.