O orçamento da Câmara de Vila Nova de Poiares para 2024 é de 13,7 milhões de euros, “o maior dos últimos anos” e que marca o arranque de vários investimentos importantes no concelho, afirmou o presidente do município.
O documento foi aprovado em assembleia municipal, em 28 de dezembro de 2023, com 13 votos a favor do PS, que lidera o executivo, e seis abstenções (cinco do PSD e uma da CDU), informou fonte oficial daquela autarquia do interior do distrito de Coimbra.
Segundo o presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, João Miguel Henriques, o orçamento para este ano é de cerca de 13,7 milhões de euros, o maior dos últimos anos e, apesar de grande parte ser consumido pelas despesas correntes, marca o arranque de vários investimentos importantes para o concelho.
“Os investimentos, nesta atual realidade, dependem muito da nossa capacidade para mobilizar financiamento através dos vários quadros comunitários. Estamos numa fase de transição de quadros, mas temos algumas candidaturas aprovadas”, disse à agência Lusa João Miguel Henriques.
Para 2024, há a expectativa de o município avançar com a requalificação da Escola Básica e Secundária Daniel de Matos (investimento de sete milhões de euros) e com a segunda fase de requalificação do centro de saúde da vila (1,5 milhões de euros).
No âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a Câmara espera avançar este ano com a requalificação de 12 imóveis particulares de pessoas com carências económicas, assim como a construção de habitações no âmbito do arrendamento a custo controlado e a transformação de três antigas escolas primárias em alojamento urgente e temporário.
“Pensamos iniciar todos estes investimentos já no ano de 2024 e também preparar algumas candidaturas para o PT2030, com algumas situações já identificadas, como é o caso do Parque Verde de Poiares, a reabilitação urbana no centro da vila ou a ampliação do Polo II da zona industrial”, salientou.
Segundo João Miguel Henriques, “os próximos anos serão de grandes investimentos no concelho”, apontando para 2024 como um período de “negociação” e de preparação e arranque de alguns projetos.
No entanto, para o autarca, a grande obra de 2024 poderá ser o fim do plano de ajustamento a que o município está sujeito face ao seu nível de endividamento.
“A perspetiva é a de, no final de 2024, deixar de ser um município com excesso de endividamento e recuperar a nossa autonomia de gestão”, vincou, recordando que o serviço de dívida custa quase um milhão de euros por ano, esperando-se que em 2025 a autarquia já possa ter autonomia no que toca à sua política fiscal (face ao programa de ajustamento é obrigada a cobrar as taxas máximas legais).
O presidente da concelhia do PSD de Vila Nova de Poiares e líder da bancada social-democrata na Assembleia Municipal, Miguel Soares, justificou a abstenção do partido por, apesar de encontrar pontos em comum no documento para 2024, há várias opções do executivo com as quais não concorda.
“O PS está no poder há dez anos e o discurso continua a ser o discurso da dívida”, criticou, considerando também que o investimento em habitação social é pouco para as necessidades do concelho e “vem tarde”.
Para Miguel Soares, falta também investimento na manutenção de infraestruturas do concelho, nomeadamente as desportivas, e falta pessoal na autarquia para executar pequenas obras.
O líder do PSD local criticou também a opção de o executivo avançar com uma ampliação do Polo II da zona industrial, ficando “em cima das zonas residenciais”, em vez de avançar com “um investimento sério num Polo III”.