O Município de Arouca tem mais de um milhão de euros para apoiar o comércio do centro da vila na transição digital, revelou hoje a autarquia, referindo que 184 estabelecimentos beneficiarão das estruturas previstas nessa medida.
Em causa estão verbas disponíveis ao abrigo do programa “Bairros Comerciais Digitais”, ao qual o município do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto concorreu em consórcio com a AECA – Associação Empresarial de Cambra e Arouca, a ADRIMAG – Associação de Desenvolvimento Rural das Serras de Montemuro, Arada e Gralheira e a AGA – Associação Geoparque de Arouca.
O concurso público internacional a decorrer para o efeito termina a 10 de maio e abrange dois lotes de intervenções, um no valor de aproximadamente 689.600 euros, para criação de uma plataforma eletrónica coletiva de informação e uma ‘app’ telefónica, e outro na ordem dos 285.600 euros, para montagem de postes de iluminação inteligente autossustentável, com abastecimento elétrico híbrido por via eólica e/ou solar, e instalação de rede de Internet sem fios para comerciantes, residentes e visitantes.
A esses montantes acresce cerca de 73.500 euros para a contratação de um gestor do bairro e perto de 9.000 para despesas com a ADRIMAG e a AGA relativas a formação de comerciantes e adaptação de ‘sites’, pelo que o projeto perfaz 1.057.799,77 euros.
Se o procedimento concursal decorrer sem imprevistos, o projeto deverá começar a ser executado no final de julho e a expectativa da presidente da Câmara Municipal é que possa desenvolver a atividade de lojas, empresas e outras entidades situadas nos 41 hectares da zona de intervenção, melhorando também a experiência de clientes e visitantes.
“O nosso programa ‘Arouca + Digital’ assenta num conjunto alargado de infraestruturas e serviços digitais de apoio às empresas aderentes, numa ótica de promover a transição digital e de, simultaneamente, valorizar a relação entre as vantagens da proximidade física e os benefícios associados ao mundo virtual”, declarou Margarida Belém à Lusa.
Nas principais ruas de Arouca, a entidade líder do consórcio vai assim tratar da implementação de estruturas como uma rede de ‘smart parking’, com sensores que permitem informação visual sobre o número de lugares de estacionamento disponíveis em cada artéria do centro da vila, e duas estações de ‘Bikesharing’, cada uma das quais com 10 bicicletas em sistema de partilha.
Tendo 30 de setembro de 2025 como prazo de conclusão, o “Arouca + Digital” prevê igualmente a instalação de 300 cacifos urbanos com códigos digitais, quatro ‘mupis’ para exibição em duas frentes de publicidade e informação, dois painéis informativos acionados por tecnologia LED e um sistema de contagem de fluxos de pessoas que indique, por exemplo, qual o número de visitantes por hora num determinado local ou o seu tempo médio de permanência.
“Com este projeto, damos continuidade ao trabalho que temos vindo a desenvolver de apoio ao comércio local nestes últimos anos e, de modo muito particular, nos anos da pandemia”, afirmou Margarida Belém, realçando que o município foi um dos 65 do país que viram aprovada a sua candidatura à rubrica concreta dos “Bairros Comerciais Digitais”, no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência.
A autarca socialista defende que “o comércio local e os serviços, pela sua lógica de proximidade, são um garante da coesão do tecido social e também importantes entidades empregadoras, que fazem a diferença na vida de muitas famílias arouquenses”, e, nesse sentido, acredita que o “Arouca + Digital” trará à vila uma evolução significativa.
“Marcará uma nova etapa na vida do comércio local e reforçará inequivocamente a respetiva competitividade do território”, concluiu a presidente de câmara.