O Ministério Público (MP) formalizou a acusação contra Fernando Valente, imputando-lhe o homicídio qualificado de Mónica Silva, conhecida como a grávida da Murtosa, além de outros crimes, como aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e posse de moeda falsa.
De acordo com o despacho, o acusado mantinha uma relação íntima com a vítima, que engravidou, mas que ele sempre tentou manter em segredo. Em setembro de 2023, ao saber da gravidez avançada, o arguido terá concebido um plano para assassinar a vítima e o feto, visando evitar responsabilidades paternais e proteger o seu património. A acusação detalha que Valente terá atraído Mónica a um encontro no dia 3 de outubro de 2023, onde, segundo o MP, cometeu o homicídio e ocultou o corpo.
Após o crime, o suspeito terá pesquisado formas de eliminar provas digitais, utilizou um telemóvel antigo e um cartão SIM pré-pago para não ser rastreado, e até tentou simular ameaças contra Mónica, enviando mensagens nas redes sociais em seu nome. A acusação revela ainda que Valente terá limpado o apartamento minuciosamente e descartado objetos pertencentes à vítima para eliminar vestígios.
Até ao momento, o corpo de Mónica Silva não foi encontrado, e o arguido permanece em prisão preventiva. O MP avançou com um pedido de indemnização de 200 mil euros para compensar os filhos da vítima e solicitou que o caso seja julgado por um tribunal de júri, dada a sua relevância social.