ERSUC volta a aumentar tarifa do lixo em Condeixa, acumulando 234% de subida desde 2014

A ERSUC, entidade gestora de resíduos sólidos que opera em Condeixa-a-Nova e em outros 35 municípios do Litoral Centro, prepara um novo aumento de 20% na tarifa de tratamento de resíduos para 2025, elevando para 234% o aumento acumulado desde 2014. Este novo agravamento surge apesar dos esforços do município de Condeixa para reduzir o volume de resíduos enviados para aterro, com uma diminuição de 5% em 2023, que totalizou 5.679 toneladas.

Nuno Moita, presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, considera o aumento “irracional e asfixiante”, criticando a postura da ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos) pela falta de intervenção na escalada de preços. Segundo Moita, a política de aumento tarifário ignora o esforço dos munícipes na redução de resíduos e desconsidera o impacto financeiro sobre as famílias.

Condeixa-a-Nova tem enfrentado um aumento significativo nos custos de gestão de resíduos, que em 2023 rondaram os 500 mil euros, embora a autarquia, até ao momento, tenha evitado repassar esses custos para a fatura dos consumidores. “Estamos num ponto em que, legalmente, não conseguimos mais suportar esses aumentos sem impactar as contas dos munícipes, arriscando desequilíbrio financeiro”, explica o autarca.

Moita também renovou o seu pedido de auditoria ao contrato de concessão atribuído à ERSUC, referindo-se à privatização da empresa em 2015, durante o governo de Passos Coelho, como o ponto de partida para “uma gestão financeira questionável e falta de ética”. O presidente da Câmara sublinhou que, apesar dos aumentos tarifários, a empresa mantém maus resultados financeiros, ao mesmo tempo que distribui dividendos significativos, como os 1,7 milhões de euros pagos em abril deste ano.

A ERSUC, atualmente integrada no Grupo MOTA-ENGIL, presta serviços de tratamento de resíduos a quase um milhão de habitantes, abrangendo municípios do Litoral Centro.