Universidade de Aveiro valida eficácia da terapia fágica contra infeções urinárias resistentes

A Universidade de Aveiro (UA) anunciou avanços significativos na utilização da terapia fágica para combater infeções urinárias causadas por bactérias resistentes a antibióticos. Três estudos realizados pelo Departamento de Biologia e pelo Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) demonstraram a eficácia dos bacteriófagos, vírus que infetam especificamente bactérias, na inativação de microrganismos altamente resistentes.

O primeiro estudo mostrou que os fagos, isolados ou em combinação, reduziram em 99% as bactérias presentes em amostras de urina em apenas quatro horas. Num segundo estudo, um novo fago foi testado contra a bactéria Klebsiella pneumoniae, com uma taxa de inativação de 99,99% em condições adversas, como pH baixo da urina. Já o terceiro estudo revelou que o uso de fagos eliminou biofilmes de Pseudomonas aeruginosa em urina com uma eficácia de 99,999%, superando os resultados obtidos com antibióticos convencionais.

Portugal, que recentemente aprovou esta terapia através do Infarmed, junta-se a países como a Bélgica no uso clínico desta abordagem inovadora, apontada como uma alternativa ou complemento ao tratamento antibiótico tradicional.

A investigação foi conduzida por uma equipa liderada pela professora Adelaide Almeida, destacando o potencial dos bacteriófagos no combate à resistência bacteriana, um problema crescente na saúde pública global.