A Câmara Municipal da Guarda obteve em 2022 um saldo orçamental no valor de 11,8 milhões de euros, que transitou para este ano e vai permitir enfrentar eventuais dificuldades originadas pela conjuntura, disse hoje o seu presidente.
Segundo o autarca Sérgio Costa, o saldo orçamental da autarquia da Guarda transitado de 2022 para este ano é no valor de 11,8 milhões de euros e regista “um aumento muito substancial em relação ao que tinha havido no ano transato”, fruto do “muito trabalho” realizado pelo executivo que lidera.
“É, para nós, muito importante porque, desta forma, estamos, assim, preparados para as dificuldades que iremos ter este ano”, disse o autarca (Movimento Pela Guarda — PG) aos jornalistas no final da reunião quinzenal do executivo, que decorreu à porta fechada.
Sérgio Costa admitiu que 2023 “vai ser um ano com algumas dificuldades” com o aumento da despesa corrente do município “em função da grande inflação a que estamos todos sujeitos”: “O aumento dos combustíveis, da energia, da alimentação dos nossos refeitórios, dos sete refeitórios que o município tem a seu cargo, sob a sua gestão, com a delegação de competências da Educação”.
“E, de facto, nós temos que estar preparados para tudo isto. E esperemos que no final do ano possamos dizer que as contas correram bem, mas ninguém sabe aquilo que vai acontecer”, afirmou.
A expectativa é que a situação económica possa estabilizar, mas é necessário que o município esteja preparado “para aquilo que der e vier”, vincou.
Na reunião de hoje, segundo o autarca, o executivo aprovou a adjudicação de dois contratos de serviços de estabilização de emergência nas freguesias de Famalicão da Serra, Gonçalo, Valhelhas, Aldeia Viçosa, Videmonte e Fernão Joanes, que foram afetadas pelo incêndio da serra da Estrela, no valor de cerca de 600 mil euros.
Os trabalhos vão ter início nas próximas semanas, no âmbito do protocolo assinado com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e o Fundo Ambiental.
“Ao mesmo tempo que estamos a preparar as intervenções nas linhas de água, com o projeto que está a ser feito em parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente”, acrescentou.
Já as intervenções “de fundo” previstas para os caminhos de acesso aos locais afetados pelo fogo, serão executadas no período da primavera.
Sérgio Costa disse, ainda, aos jornalistas que a autarquia também deliberou hoje adjudicar um sistema de informação em tempo real destinado aos utilizadores dos transportes urbanos da cidade da Guarda e avançar com a empreitada de instalação de uma creche na vila de Gonçalo, junto do edifício do Centro Escolar.
A construção da creche, que envolve um investimento de 170 mil euros, foi candidatada pelo município aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o que acontece pela segunda vez, dado que a primeira proposta não foi admitida.
“Estamos a fazer [a] segunda candidatura e esperemos que possamos rapidamente ‘ver a luz ao fundo do túnel’ para podermos executar a obra da instalação da creche na vila de Gonçalo”, concluiu.