As candidaturas à primeira edição do Prémio Varela Pècurto | Concurso de Fotografia terminam já na próxima quarta-feira, dia 25 de janeiro. O concurso, que vai ser bienal, é destinado a profissionais e amadores de fotografia, com mais de 18 anos, portugueses e estrangeiros residentes em Portugal. A participação é individual e gratuita. Recorde-se que o concurso é uma homenagem e um reconhecimento do executivo municipal a Eduardo Varela Pècurto, nome incontornável da fotografia.
Até à próxima quarta-feira, dia 25 de janeiro, cada participante pode apresentar até um máximo cinco fotografias, a preto e branco ou a cores, entregues em formato digital (ficheiro TIFF sem compressão, dimensões de saída 30×40 cm a 300 DPI). Cada fotografia tem de ser inédita, não ter sido submetida a outro concurso de fotografia e enquadrar-se no tema e objetivos do concurso.
“Não são aceites fotografias manipuladas digitalmente, que incluam molduras, assinaturas, datas ou outros dados ou efeitos sobre a imagem, admitindo-se apenas ajustes, nomeadamente a remoção de pequenos spots ou reenquadramentos”, pode ler-se no regulamento. “Os participantes devem assegurar que as imagens não contêm pessoas reconhecíveis, lugares privados, obras de arte, logótipos ou nomes de marcas, a menos que seja possível garantir que foram concedidas as autorizações necessárias para a utilização e publicação das fotografias no âmbito do concurso”, é ainda referido no documento publicado em Diário da República. O regulamento pode ser consultado na íntegra aqui.
Os prémios a atribuir em cada edição preveem um valor pecuniário de três mil euros ao autor da fotografia vencedora, um valor pecuniário de dois mil euros ao autor da fotografia que ficar em segundo lugar, de mil euros ao autor da fotografia que ficar em terceiro lugar e um certificado de participação ao autor da fotografia distinguida com menção honrosa. O júri do concurso vai ser constituído pelo presidente da CM Coimbra, com voto de qualidade em caso de empate, dois profissionais com conhecimentos na área da fotografia, um da CM Coimbra e outro externo; e um representante do Centro de Artes Visuais. Em caso de dúvida o júri poderá solicitar aos vencedores que disponibilizem as imagens originais.
O prémio, para além de constituir uma homenagem da autarquia a Varela Pècurto, pretende “promover o património natural, arquitetónico e cultural de Coimbra e sensibilizar os cidadãos para a sua observação e valorização; consciencializar a comunidade para a importância das imagens na nossa identidade e como instrumento de comunicação e dar a conhecer o trabalho amador na área da fotografia; enriquecer o acervo fotográfico do município com imagens inéditas que mostrem a cidade sob perspetivas e ângulos distintos, em enquadramentos e composições diferenciadas, que questionem e façam refletir sobre a sua realidade; promover a arte fotográfica e reconhecer a importância da fotografia na cultura contemporânea como documento identitário, cultural e social; promover olhares mais críticos e outras perspetivas sobre o património material e imaterial de Coimbra, permitindo assim uma maior participação cívica e valorizar a cidade de Coimbra, enquanto referência cultural”, refere o regulamento.
Recorde-se que Coimbra é guardiã de um notável espólio de imagens de alguns dos mais importantes e reconhecidos fotógrafos, nomeadamente Varela Pècurto, Fernando Marques, David de Almeida Carvalho e António Pinto. “Esse acervo fotográfico, de reconhecido valor estético, artístico e documental, permite não só descobrir e construir a narrativa do que foi, e é, o território e as suas gentes, mas também promover o encontro ou o reencontro com o património material e imaterial que existiu e o que ainda persiste”, explana o preâmbulo do regulamento.
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Eduardo Varela Pècurto
Eduardo Francisco Varela Pècurto nasceu em Ervedal do Alentejo, concelho de Avis, a 27 de abril de 1925. Fez o Liceu em Évora, onde se iniciou na arte da fotografia. Veio para Coimbra em 1950, tendo dirigido a secção fotográfica da Livraria Atlântida e depois a Hilda como sócio-gerente, até à sua reforma. Foi sócio fundador do Câmara de Coimbra e participou em dezenas de concursos nacionais e internacionais. Foi ainda foto-repórter e operador correspondente da Rádio Televisão Portuguesa (RTP) na região centro, durante 25 anos.
Desde 1949, que participou em dezenas de concursos nacionais e internacionais. Em 1954, por decisão do Congresso de Barcelona da Féderation Internationale d’Art Photographique, recebeu o prémio Excellence (um dos mais importantes prémios atribuídos internacionalmente no âmbito da fotografia amadora de salão), em homenagem aos seus trabalhos e técnica no domínio da arte fotográfica. Desenvolveu, ao longo de décadas, um importante levantamento patrimonial, objeto de publicações diversas.
Em 2005, recebeu a Medalha de Mérito Cultural da CM Coimbra e um diploma de honra do Clube da Comunicação Social de Coimbra pelo serviço prestado à cidade, clube esse que, em 2018, o nomeou presidente honorário. Encontra-se representado no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, com 15 fotografias.