A cidade de Coimbra tem um novo serviço de trotinetas partilhadas, que envolve a circulação de 350 novos veículos LINK, da operadora Superpedestrian. Uma iniciativa que resulta de um acordo de colaboração entre a operadora e a Câmara Municipal (CM) de Coimbra e que visa promover a opção por modos suaves de transporte na cidade.
O Executivo Municipal está, contudo, preocupado com o cumprimento das regras de utilização das trotinetas, que ainda operam em regime “free float”, e como tal, para além de apelar a um uso responsável por parte dos utilizadores, irá testar a implementação de um regime restrito de estacionamento e promover, por parte da Polícia Municipal, uma atenção redobrada para o cumprimento das regras de circulação deste tipo de veículos.
As novas trotinetas chamam-se LINK e pertencem à empresa Superpedestrian Portugal Unipessoal, Lda., com quem a Câmara Municipal celebrou um acordo para a instalação e operação do sistema de trotinetas com motor na cidade. Uma iniciativa que se enquadra na estratégia da autarquia de promoção da micromobilidade, prevista em ações do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano e do Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável, que contemplam investimentos na mobilidade de ativa, nomeadamente através da criação de uma infraestrutura ciclável e de um sistema de parqueamento de bicicletas particulares, entre outras iniciativas promotoras do uso desses veículos.
As trotinetes podem ser levantadas nos 173 “hotspots” que estão disponíveis na cidade (os 90 já existentes, mais 83 criados nos parqueamentos de bicicletas) e que estão devidamente identificados nas aplicações das empresas que operam na cidade. As trotinetes ainda operam em regime “free float”, isto é, podem ser largadas em qualquer local, mas a Câmara Municipal está já a estudar uma solução para evitar esse estacionamento abusivo. A solução passa por implementar um regime de estacionamento restrito, que permita apenas, de forma eletrónica, que as trotinetas sejam depositadas nos “hotspots” existentes.
Esta solução vai ser testada, inicialmente, na zona central da cidade. Quando entrar em funcionamento, os utilizadores das trotinetas devem, então, consultar na aplicação os “hotspots” existentes para saberem onde podem estacionar. O estacionamento será controlado através de um sistema GPS e, caso os utilizadores tentem estacionar em qualquer local não autorizado, serão notificados de que estão a estacionar num local não autorizado e a aplicação não permitirá que terminem a viagem até que coloquem a trotineta num lugar de estacionamento autorizado.
Importa, ainda, referir que a velocidade máxima de circulação permitida será, nesta fase, de 25km/hora e que existem zonas da cidade onde é totalmente proibida a circulação das trotinetas, as chamadas “red zones”. São elas: centro histórico, rio e margens, avenida João das Regras, Jardim Botânico, Jardim da Sereia, Penedo da Saudade, Quinta de São Jerónimo, rua dos Combatentes, praça Infante D. Henrique e rua Pêro Vaz de Caminha.
Paralelamente, o Município apela ao uso responsável por parte dos utilizadores e a Polícia Municipal vai ter uma atenção redobrada para o cumprimento das regras de circulação deste tipo de veículos
As trotinetas LINK são mais largas e mais compridas do que a média, têm um guiador e suspensão dianteira mais largos, o que possibilita uma condução mais estável. Contam, ainda, com uma bateria com autonomia para 98km, bem superior ao habitual, e estão preparadas para circular à noite, pois contam com luzes LED brilhantes na dianteira e traseira, que estão sempre acesas, uma luz traseira que ilumina durante a travagem, e um sistema de informação de anel de luz LED exclusivo no guiador.
Relativamente ao tema da micromobilidade, recorde-se que, recentemente, foi apresentado pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes o estudo “Linhas de Orientação sobre a Regulação da Micromobilidade Partilhada”, o qual aponta para a introdução de alterações regulamentares, nomeadamente no Código da Estrada. Os serviços municipais informam, pois, que o estudo deverá ser tido em conta nos “procedimentos para a realização de um futuro regulamento municipal, o qual deverá incorporar as medidas que se entenda vir a ser ajustadas à realidade de Coimbra e que não estejam vertidas em regulamentação de âmbito nacional.”