O Comando Territorial da GNR da Guarda vai apostar na sensibilização para reduzir o número de incêndios causados por queimas e queimadas, que nos últimos três anos estiverem na origem de 53% das ocorrências registadas no distrito.
Segundo o capitão Óscar Capelo, na análise da origem dos incêndios rurais na região da Guarda, “há uma que salta logo à vista, que são as queimas e as queimadas” e que exige “uma necessidade de sensibilização” das populações.
“Cada vez melhor percebemos quem é que são as pessoas alvo, as pessoas que têm esta necessidade do uso do fogo e, nesta fase, estamos a ir ter com elas, para que consigamos sensibilizar, para que consigamos debelar este grande número, ainda, de causas que temos relativamente a queimas e a queimadas”, referiu o responsável aos jornalistas no final da apresentação pública da Campanha Floresta Segura 2023.
Durante a sessão, que decorreu na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, com a participação de autarcas e de representantes das várias entidades intervenientes no Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), o oficial da GNR adiantou que em 2020, 2021 e 2022, no distrito da Guarda, as queimas e queimadas estiveram na origem de 53% dos fogos rurais.
Óscar Capelo lembrou que existem outras alternativas a esta prática tradicional como por exemplo a biotrituração.
“São apostas que têm de ser feitas e o caminho poderá ser por aí, porque não nos podemos sustentar em hábitos culturais, usar o fogo como um hábito que vem dos antepassados. Percebendo que há uma problemática associada, temos de conseguir alternativas para conseguir desfazer-nos, neste caso, de lenhas, daquilo que é muitas vezes o resultado da gestão dos combustíveis”, justificou.
Para mudar os hábitos de utilização do uso do fogo na gestão dos combustíveis, a GNR vai continuar a apostar na sensibilização das populações, entre os meses de fevereiro e de julho.
O capitão do Comando Territorial da GNR da Guarda, também evidenciou que com a Campanha Floresta Segura, de ano para ano têm sido sinalizados menos locais para limpeza em redor de habitações e dos aglomerados populacionais, o que tem permitido “reduzir o risco para pessoas e bens”.
Na sua intervenção, o responsável referiu, entre outros aspetos, que em 2022, a investigação realizada pela GNR no distrito da Guarda permitiu identificar 16 pessoas e efetuar oito detenções pela alegada prática de crime de incêndio (sete por queimas e queimadas e uma por utilização de motorroçadora).
Na abertura da sessão, o comandante do Comando Territorial da GNR da Guarda, tenente-coronel Pedro Gonçalves, referiu que o combate aos incêndios “tem de ser planeado de forma atempada e integrada” para que as entidades envolvidas possam “fazer mais e melhor”.
Salientou que a GNR tem competências na sensibilização das populações para a prevenção, na fiscalização, na vigilância e na deteção e investigação de incêndios rurais.
Em relação à sensibilização, salientou que a aposta é dirigida para as populações e também para a comunidade escolar.
Pedro Gonçalves também admitiu que o ano passado, em matéria de incêndios florestais, “não correu bem” no distrito da Guarda, onde arderam seis mil hectares, para além dos 18 mil que foram destruídos pelo fogo que atingiu a serra da Estrela.