Apresentadas propostas para as Áreas Integradas de Gestão da Paisagem de Arganil

As Áreas Integradas da Gestão da Paisagem (AIGP) do concelho de Arganil estiveram no centro do debate, numa sessão pública decorrida em Cepos e presidida pelo Presidente da Câmara Municipal de Arganil, Luís Paulo Costa.

Durante a sessão de esclarecimento, conduzida pela Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), foi apresentada uma proposta de transformação de paisagem para cada uma das três AIGP do concelho, dinamizadas pelo Município de Arganil: AIGP Carriça; AIGP Ribeira de Parrozelos e Vale Grande; AIGP Cepos e Casal Novo.

O objetivo dos planos apresentados pelos alunos de Mestrado em Recursos Florestais da ESAC passa por melhorar a resistência e resiliência natural aos incêndios, os serviços de ecossistema e a exploração económica dos recursos a eles associados, sejam florestais, agrícolas ou turísticos.

Um conjunto significativo de ações previstas, como povoamentos mistos de folhosas e a eliminação de espécies invasoras, será desenvolvido até ao final de 2025, por contarem com o financiamento do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Fundo Ambiental.

No que respeita à AIGP de Cepos e Casal Novo, algumas das medidas preconizadas destinam-se à preservação das levadas de água e dos recursos hídricos, bem como à reconversão de ocupação do solo, por forma a criar uma zona tampão, para evitar a propagação de incêndios.

Luís Paulo Costa reconheceu a oportunidade que as AIGP representam para a transformação da paisagem e consequente prevenção de cenários extremos como os que o concelho viveu em outubro de 2017. “A legislação associada a este instrumento de gestão permite, nomeadamente, a intervenção em terrenos sem proprietários conhecido, e isso esse é o ponto de partida para conhecermos melhor o nosso território e fazermos melhor aproveitamento dele”.

O presidente da Câmara frisou, ainda, a importância do projeto Floresta da Serra do Açor, evidenciando o caráter pioneiro que assumiu em 2020, ano em que começou a ser implementado no concelho. “No fundo, antecipou o tipo de gestão florestal que agora se propõe, focado no combate e nas alterações climáticas, no aumento da biodiversidade e na melhoria dos serviços de ecossistemas prestados pelos espaços florestais”.

Professora da ESAC e especialista em gestão da paisagem, Beatriz Fidalgo apresentou os fundamentos técnicos e as características biofísicas e sociais do território, que resultaram do trabalho de campo previamente desenvolvido e que condicionam o tipo de coberto florestal e o tipo de gestão destinada a cada área.

A docente realçou o processo de participação pública que tem sido desenvolvido pela Floresta da Serra do Açor e pelo Município de Arganil, em parceria com a ESAC, cujos contributos foram incluídos nas propostas de paisagem apresentadas e que servirão de base às propostas finais de Operações Integradas de Gestão da Paisagem (OIGP), que serão apresentadas à Direção Geral do Território e ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), para sua aprovação.

Das participações do público presente, realça-se a preocupação com a necessidade de se garantir que os apoios previstos se estendem no tempo, por forma assegurar-se o sucesso das operações.