A Câmara Municipal de Cantanhede, no distrito de Coimbra, está preocupada com a perda atual e futura de população residente no concelho.
O diagnóstico social do município de Cantanhede indica que de 2011 a 2021, o concelho perdeu 6,5% da sua população.
De 2021 a 2031, a estimativa aponta para uma diminuição de 9,2% da população residente em Cantanhede.
Contactada pela agência Lusa, a vereadora com o pelouro da Ação Social e da Habitação, Célia Simões, considerou que os dados já disponíveis do diagnóstico constituem uma “preocupação” para a Câmara, que tem vindo a adotar medidas para contrariar estes valores.
A autarca deu como o exemplo as iniciativas realizadas no âmbito da Estratégia Local de Habitação ou o reforço do incentivo à natalidade, em função do qual as famílias recebem, atualmente, pelo nascimento do primeiro filho 750 euros, pelo segundo filho 1.000 euros, pelo terceiro filho 1.250 euros e pelo quarto filho recebem 1.500 euros.
“Estamos a ver se captamos pessoas para vir para o nosso município”, frisou Célia Simões.
A diminuição do número de nascimentos, o aumento da emigração e o facto de Cantanhede ser um concelho com predominância de pessoas idosas são os fatores que justificam a situação evidenciada pelo diagnóstico.
“Para o lado dos Covões [localidade do concelho de Cantanhede] as pessoas emigraram muito para a América”, notou.
De acordo com a autarca, neste momento, há muitas pessoas a virem do Brasil, da Ucrânia, das Filipinas, no entanto, essas pessoas “ainda não têm residência” em Cantanhede, ou seja, não entraram nos dados desta carta.
No futuro, a ideia é reforçar o parque habitacional, assim como incentivar a natalidade.
Para a vereadora, se as pessoas tiverem conhecimento da oferta existente a vários níveis no concelho optam por escolher Cantanhede para viver.
A celeridade dos processos no urbanismo, a oferta de emprego nas zonas industriais, os vários programas dinamizados na área da cultura ou a tarifa da água são, na perspetiva de Célia Simões, igualmente exemplos de meios para atraír pessoas.
“Queremos inverter esta tendência. O envelhecimento é inevitável. O que queremos é captar pessoas para viver cá”, reafirmou.
A Carta Social Municipal, que contempla o diagnóstico da realidade social concelhia e o Plano Estratégico Social, está ainda em fase de elaboração, mas já são conhecidos alguns dos seus dados.