A Flatlantic, empresa de aquacultura, na Praia de Mira, no distrito de Coimbra, começou a produzir pregado enriquecido em ómega-3 há cerca de oito meses e iniciou a venda deste peixe há seis.
A produção e a comercialização do pregado são o culminar de um projeto intitulado “OmegaPeixe”, que tinha como objetivo “desenvolver dois produtos, neste caso, o robalo e o pregado, fortificados em ómega-3”.
E a ideia era “desenvolver um alimento que desse essa característica ao peixe”, disse hoje à agência Lusa a diretora executiva da Flatlantic, Renata Serradeiro.
Esta empresa liderava o consórcio do projeto e estava responsável pela produção do pregado.
Participaram também neste trabalho o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto (UP), a empresa de aquacultura integrada de Ílhavo ALGAplus, responsável pela produção de robalo, e o Laboratório Colaborativo para a Bioeconomia Azul (B2E CoLAB).
A cargo do B2E CoLAB esteve a avaliação da recetividade dos consumidores aos novos produtos, que concluiu que o cliente estava disposto a pagar mais um euro por quilo por este peixe.
O propósito inicial do projeto era ter, nos peixes, 550 miligramas de ácidos gordos por 100 gramas de filete.
No caso do pregado, este objetivo foi superado, já que registou os 800 miligramas por 100 gramas de filete.
“Ao atingirmos valores na ordem dos 800 miligramas estamos muito acima daquilo que é [o valor] do pregado selvagem”, sublinhou.
Este peixe, ao nível da sua composição nutricional, é um “produto mais saudável”, rematou.
De acordo com Renata Serradeiro, o pregado, produzido de forma sustentável há cerca de oito meses, iniciou a sua comercialização há seis.
Neste momento, a empresa optou pela venda apenas de pregado fortificado em ómega-3, em vez do peixe não enriquecido.
Questionada pela Lusa sobre se o produto enriquecido de ómega-3 encareceu de preço, Renata Serradeiro explicou que o comprador não vai pagar mais por este produto ser reforçado.
“O cliente não vai pagar mais por ele [o peixe] ser fortificado”, reafirmou.
O “OmegaPeixe”, iniciado em 2021, teve um investimento total de cerca de um milhão de euros, dos quais quase 666 mil euros foram suportados pelo Portugal 2020 e pelos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, da União Europeia, através do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico.