Remodelação no centro de saúde das Caldas da Rainha avança este ano

A remodelação do Centro de Saúde das Caldas da Rainha, num investimento de cerca de três milhões de euros, deverá ter início até ao final do ano, estimou hoje o presidente da autarquia, Vítor Marques.

A obra, candidatada ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), será “uma remodelação para criar condições” no Centro de Saúde, onde “os consultórios têm menos de 10 metros quadrados” e vão ser reconstruídos “ao abrigo do que são as normas regulamentares para estes equipamentos”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Vítor Marques (independente), no final de uma reunião com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro.

A remodelação do centro de Saúde é “uma das medidas a que o ministro se mostrou recetivo”, de entre um conjunto de “soluções para resolver o problema da falta de cuidados de saúde primários” neste concelho, do distrito de Leiria, onde “mais de 20 mil utentes não têm médico de família”, disse o autarca.

As soluções discutidas hoje com o governante passam ainda, segundo Vítor Marques, pela contratação de médicos estrangeiros e pela alteração das Unidades de Saúde Familiar (USf) e das Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) “de modelo A para modelo B”.

“Neste momento, temos duas unidades de saúde a funcionar só com um médico, não há condições para avançar com esse processo, e o que o ministro irá, eventualmente, propor, é que possam passar para o modelo B e que depois tenham um determinado período para preencher as condições que possam ser atrativas para o recrutamento dos médicos”, explicou o presidente.

No que toca aos cuidados hospitalares, Vítor Marques disse ter encontrado no ministro “vontade de mitigar os problemas relativos aos investimentos necessários até que haja um novo hospital, principalmente, na medicina interna e na farmácia”.

De acordo com o autarca, Manuel Pizarro admitiu avançar com a construção da nova farmácia, cujo investimento estimado ronda os dois milhões de euros, mas “espera que possa ser um valor inferior, porque será uma obra para servir apenas até que seja construído o novo hospital”.

Quanto ao novo hospital do Oeste, que o ministro decidiu que deverá ser construído no Bombarral, o autarca das Caldas da Rainha reafirmou as criticas a esta decisão.

Em novembro de 2022, a OesteCim entregou um estudo encomendado à Universidade Nova de Lisboa para ajudar o Governo a decidir a localização, documento que apontava o Bombarral como a localização ideal, opção que veio a ser validada pelo Grupo de Trabalho criado pelo Ministério da Saúde.

Em março, as câmaras das Caldas da Rainha e de Óbidos entregaram ao ministro um parecer técnico a contestar os critérios utilizados no estudo, a defender que fossem tidos em conta outros critérios e que a localização do novo hospital deveria ser na confluência daqueles dois concelhos.

Na reunião realizada hoje, Vítor Marques fez saber ao governante que irá entregar um parecer técnico que contesta os argumentos do Grupo de Trabalho, documento que Manuel Pizarro se comprometeu a analisar.

Se a decisão não for revertida, o novo hospital será construído na Quinta do Falcão, no Bombarral, substituindo os três hospitais do Centro Hospitalar do Oeste, as unidades das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche.

Estas unidades têm uma área de influência constituída por estes concelhos e os de Óbidos, Bombarral (ambos no distrito de Leiria), Cadaval e Lourinhã (no distrito de Lisboa) e de parte dos concelhos de Alcobaça (Leiria) e de Mafra (Lisboa), abrangendo 298.390 habitantes.