O presidente da Câmara de Oliveira do Bairro considerou hoje que a linha ferroviária de alta velocidade não é uma prioridade para o concelho, no entanto, a opção do traçado do eixo 4 “é a menos má”.
“A alta velocidade não é uma prioridade para Oliveira do Bairro. Se não pudermos evitá-lo, pelo menos que exista a menor das limitações para as nossas populações e de impacto no próprio município”, sustentou Duarte Novo.
A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, no distrito de Aveiro, aprovou hoje, por unanimidade, um documento em que sugere a adoção do traçado identificado pelo Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da Agência Portuguesa do Ambiente como Alternativa 1 – Eixo 4 e Ligações à Linha em Oiã, por ser o que perspetiva “menores impactos”.
“Traduz-se em menores impactes sociais, dado afetar direta e indiretamente menos famílias (cerca de metade); visuais e ambientais, por prever cerca de metade de obras de arte (pontes e viadutos); e económicos, por afetar menos uma área dedicada à expansão industrial/empresarial”, indicou.
Em declarações à agência Lusa, o autarca eleito pelo CDS-PP explicou que entre as suas prioridades estão “outro tipo de ligações”, entre a quais a criação do nó de acesso à A1, a sul da Zona Industrial de Vila Verde, à semelhança da posição “já assumida pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro”.
“Mas, a ter de passar [a linha ferroviária de alta velocidade], que tenha o menor dos impactos possíveis no território e, acima de tudo, que estejamos ao lado dos que serão prejudicados. Tentamos, acima de tudo, ajudar a população a reclamar os seus interesses e é essa posição que temos assumido, tentando que reclamem de forma a minimizar aquilo que são os impactos”, sustentou.
A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro tem vindo a realizar sessões de esclarecimento sobre as duas propostas de passagem da linha de alta velocidade no concelho, numa altura em que decorre, até dia 31 de julho, o período de discussão pública do projeto.
Entre as propostas estão o traçado do eixo 4, que passará a poente da A1 no concelho, e a Variante de Oliveira do Bairro, que é a designação da proposta alternativa, que passa a nascente da mesma via.
Segundo o autarca, as pessoas têm-se mostrado “muito apreensivas”, em relação aos seus bens, em particular no que toca as suas casas e empresas.
“Pedem-nos muita ajuda para identificar claramente se a casa A ou B será afetada, de que forma é que será afetada, se vai ter de desaparecer, se não vai ter que desaparecer, se vai ser um raio de 14 metros, se vai ser um raio mais completo. Colocam-nos situações que temos muitas dificuldades em responder, porque concretamente não temos dados para isso”, referiu.
No entanto, evidenciou a importância da colocação de dúvidas por parte dos munícipes, para que possam “vir a ser tidas em conta e discutidas”.
“A decisão de avançar com a linha de alta velocidade, assim como os locais por onde vai passar, é do Governo. Mas, tudo faremos para que os impactos negativos dessa decisão sejam os mínimos possíveis para as famílias do nosso concelho que vão ser afetadas, nomeadamente através da pronúncia sobre a escolha do traçado que menos prejuízos causará, que consideramos ser a que passará a poente da A1 no concelho”, concluiu.