O presidente da Câmara de Lisboa disse hoje que assume “com muito gosto” os investimentos do município na Jornada Mundial da Juventude, reiterando o compromisso de “investir até 35 milhões de euros”, com a expetativa de “um retorno enorme”.
“A questão aqui é se nós queremos ou não ser naqueles dias o centro do mundo, como vamos ser, com jovens de todo o mundo que vão estar nesta cidade, e o retorno, acreditem, que vai ser multiplicado, tudo isto que vamos investir, por 10 ou por 20. Eu não tenho dúvida de que vamos ter um retorno enorme”, declarou Carlos Moedas (PSD), referindo-se à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza este ano em Lisboa entre 01 e 06 de agosto.
O autarca falava à margem da assinatura de um memorando de entendimento entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Comunidade de Madrid, em resposta a questões dos jornalistas sobre o investimento no palco-altar para a JMJ, obra que “foi adjudicada por 4,24 milhões de euros (mais IVA)”, somando-se ainda a esse valor “1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura”, segundo a informação disponibilizada no Portal Base da Contratação Pública.
“O presidente da Câmara de Lisboa teve sempre uma preocupação muito grande com o custo e lembro-me bem quando tive capas de jornais a dizer que o senhor presidente da Câmara de Lisboa estava preocupado com o custo”, indicou Carlos Moedas, explicando que fez “os cálculos no detalhe” sobre quanto poderia investir o município na JMJ, assumindo o compromisso de “investir até 35 milhões de euros”.
“Nós vamos investir e vamos fazê-lo com consciência disso”, reforçou o autarca, realçando o retorno do investimento para cidade, considerando que a JMJ é “uma oportunidade única de pôr Lisboa no mapa, no mundo”.
Partilhando a experiência da JMJ que se realizou na capital espanhola em 2011, a presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso (do partido de direita PP), reconheceu que a organização do evento causa “incerteza e perplexidade”, mas defendeu que é preciso “voar alto e olhar longe”, indicando que o investimento foi na ordem de 50 milhões de euros e o retorno foi de “mais de 350 milhões de euros”.
Sobre a contratação das obras por ajuste direto, Carlos Moedas assegurou que foi “além do que a lei diz”, explicando que a escolha de Lisboa para acolher a JMJ foi anunciada em 2019 e que quando assumiu a presidência da Câmara de Lisboa, em outubro de 2021, “não estava nada feito”.
Considerando os prazos apertados, “tínhamos que ir por um processo que seria uma adjudicação direta, mas eu fui muito mais longe, eu disse ‘eu não vou fazer uma adjudicação direta pura, vamos contactar várias empresas'”, apontou, sublinhando que foram consultadas sete empresas, para negociar os valores até chegar “ao melhor preço”.
“Como presidente da câmara, eu assumo tudo isso e assumo com muito gosto, não preciso de mais ninguém para assumir aquilo que é este projeto”, frisou Carlos Moedas, falando sobre os investimentos do município na JMJ, com a certeza de ter as obras prontas para que o evento seja um sucesso: “Comigo vai estar feito e comecei do zero”.
Relativamente ao investimento no palco-altar para a JMJ, o presidente da câmara reforçou que é “uma infraestrutura para o futuro de Lisboa”, que permite ter 2.000 pessoas em cima e que pode ser utilizada para outras iniciativas, adiantando que já teve “alguns contactos” de promotores de eventos, mas ressalvando que “ainda é muito cedo para falar em que usos e como”.
O autarca realçou a dimensão do evento, em que se espera 1,5 milhões de pessoas, num terreno com 100 hectares na freguesia lisboeta do Parque das Nações, junto ao rio Trancão, envolvendo também o concelho de Loures.
“Nunca tivemos um evento deste nível e eu penso que, talvez, no futuro, nas nossas vidas, não voltamos a ter um evento deste nível, nem desta capacidade, nem com este tamanho, nem com esta capacidade de unir o mundo e de sermos o centro dessa tolerância e dessa paz”, declarou Carlos Moedas.
A Jornada Mundial da Juventude, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.