O sindicalista Afonso Figueiredo disse hoje que fez um “bom acordo” com a Santa Casa da Misericórdia de Viseu para reintegrar as trabalhadoras do extinto centro de acolhimento temporário (CAT) e revelou que, das 18 funcionárias, quatro estão na instituição.
“Conseguimos no processo de negociações que três trabalhadoras não chegassem a ser despedidas e fossem, de imediato, reintegradas noutras valências. Sempre dissemos que havia essa possibilidade e confirmou-se”, assumiu Afonso Figueiredo.
Em causa estavam 18 trabalhadoras do CAT que, em dezembro de 2022, estavam com futuro incerto, tendo em conta o encerramento desta valência da Santa Casa da Misericórdia de Viseu (SCMV).
Na altura, tanto trabalhadoras como o representante do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro disseram aos jornalistas que a instituição “poderia recolocar as funcionárias noutras valências”.
No dia em que as crianças foram retiradas do centro para outros locais, em 28 de dezembro de 2022, as trabalhadoras manifestaram-se e assumiram que “não havia diálogo” com a direção da SCMV e que “por escrito ainda não tinha chegado nada”.
Quando lhes foi comunicado oralmente o encerramento do CAT, contaram, deram-lhes “a escolher a cessação do posto de trabalho ou o despedimento coletivo”, mas nenhuma decidiu, porque isso “tinha de ser a Casa a escolher”, disseram naquela altura.
“A Misericórdia deu início a um processo de despedimento coletivo, fruto do encerramento do CAT, e o sindicato, ao abrigo do que a lei permite, requereu a fase negocial para tentar encontrar formas dos despedimentos”, contou hoje Afonso Figueiredo.
Neste sentido, disse que o sindicato, “com muito esforço” conseguiu fazer “aquilo a que se pode chamar um bom acordo” com a SCMV, “pelo menos enquanto esta direção estiver no ativo”.
Isto, porque “ficou acordado que, até ao final do mandato desta direção, os trabalhadores que foram despedidos têm preferência, ou seja, havendo vagas, os que foram para o desemprego têm preferência sobre outros candidatos”.
“De janeiro até agora, uma já foi reintegrada, portanto, estão quatro na instituição, uma vez que três nem chegaram a sair, graças às negociações”, sublinhou.
Afonso Figueiredo disse que tem “esperança de que outras trabalhadoras regressem à Misericórdia, porque é possível que abram vagas, já que há necessidade de reforço dos quadros” para as diversas valências.
Ainda assim, o sindicalista admitiu que “as trabalhadoras estão no direito de recusar ou, inclusive, podem eventualmente já terem integrado o mercado de trabalho, porque também não podem estar à espera que abram vagas” na Misericórdia de Viseu.