Feira Medieval de Coimbra regressa após interregno de três anos

A Feira Medieval de Coimbra regressa de 21 a 23 de julho, após três anos de interregno, numa edição que não fica circunscrita ao largo da Sé Velha, mas que se estende pela primeira vez ao Quebra Costas, foi hoje anunciado.

Ao contrário de outros anos, a Feira Medieval de Coimbra não se vai concentrar apenas no largo da Sé Velha, decorrendo também nos seus claustros, no Quebra Costas e na rua do Norte, passando de um para três dias, afirmou hoje o chefe da Divisão de Cultura da Câmara de Coimbra, Rafael Nascimento, durante a conferência de imprensa de apresentação da iniciativa.

O evento regressa após três anos de interregno motivados pela pandemia e pelas obras de requalificação do largo da Sé Velha, que acabaram recentemente.

O evento vai arrancar na noite de dia 21, uma sexta-feira, com uma ceia medieval nos claustros da Sé Velha, onde a participação está sujeita a inscrição (o valor por pessoa ainda está por definir), referiu o responsável.

Para além de uma ementa medieval a cargo dos Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra (SASUC), haverá também momentos de encenação protagonizados pela cooperativa Almanach durante o repasto, numa feira que terá como tema a crise dinástica e a aclamação de D. João I nas cortes de Coimbra, entre 1383 e 1385, afirmou Rafael Nascimento.

Este ano a Feira Medieval vai “para além de um dia” e as várias associações locais que participam no certame, com as suas tabernas e bancas, terão uma formação para haver “rigor histórico” na representação daquela época, frisou.

Uma das outras inovações desta edição passará por tentar envolver o comércio e a restauração da zona circundante, que poderão estar decorados a rigor e com alguma oferta relacionada com a temática, salientou.

Com um orçamento de 20 mil euros, deverão participar cerca de uma dezena de associações locais, com um total de 48 tabernas e bancas espalhadas ao longo do perímetro da feira.

Durante a conferência de imprensa, foi também sublinhada que esta foi a primeira feira medieval a realizar-se no país, tendo começado em 1992, pela mão da fundação Inatel.

O diretor distrital da fundação Inatel, Bruno Paixão, congratulou-se com o “novo encontro” entre a instituição e a Feira Medieval de Coimbra, realçando o pioneirismo dessa primeira feira, levada a cabo com a ajuda de medievalistas da Universidade de Coimbra.

“Triplicamos os dias da feira, o que mostra o nosso empenho. Isto vale a pena porque era um evento demasiado efémero, quando tem tanto significado para Coimbra”, realçou o presidente da Câmara, José Manuel Silva.

Para o autarca, a Feira Medieval de Coimbra valoriza o património da cidade, considerando que os conimbricenses devem sentir “o bom peso” da história e cultura do concelho.

“Esperemos que no futuro os comerciantes e até habitantes da Alta tenham o seu traje e que mais entidades se associem, para todos os anos fazermos uma grande feira medieval, vivida e participada por todos. Temos de dar mais vida a estas pedras”, salientou.