Obras de duas dezenas de arquitetos e designers, produzidas em pedra portuguesa, estão patentes a partir de quinta-feira em “A pedra e a mão”, na Central das Artes de Porto de Mós, no distrito de Leiria.
A exposição de arquitetura, arte e design é constituída por obras de “Primeira pedra”, programa iniciado em 2016 pela associação cultural experimentadesign, que envolveu 36 autores de 15 países num projeto que esteve patente até 2022 no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa.
À semelhança de “Primeira pedra”, “A pedra e a mão” tem curadoria da Guta Moura Guedes, presidente da experimentadesign, e é promovida pela Assimagra – Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais, que apresentam em Porto de Mós 40 peças de interior e uma de exterior: a instalação “O viajante”.
“É uma exposição muito importante para nós, porque somos um concelho onde o setor, a fileira da pedra, tem uma preponderância económica muito grande”, afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Porto de Mós, Jorge Vala.
A par da extração, no concelho há várias unidades especializadas em transformação da pedra que “estão na primeira linha mundial das tecnologias”.
“Estão a trabalhar os melhores projetos e maiores projetos do mundo”, frisou o autarca e, por isso, “fazia todo o sentido” acolher a exposição “A pedra e a mão”.
Para mais, “na semana em que se inauguram as Festas de São Pedro, mas também na semana em que está em Portugal o congresso [Global] Stone [no Mosteiro da Batalha], e em que abre a feira Stone [Ibérica] na Exposalão”, na Batalha.
Para Jorge Vala, este conjunto de fatores “reforça a importância do setor, aqui para a região e para o país”, a que se junta esta proposta da Assimagra e da experimentadesign.
O presidente da Câmara admitiu “uma expectativa muito grande” com a exposição, depois de, em 2018, a componente exterior de “Primeira pedra” ter sido apresentada em Porto de Mós.
“Agora vem a exposição de interior, vêm os maiores nomes da arquitetura portuguesa, nomeadamente Álvaro Siza, Eduardo Souto Moura e [o designer] Jorge Silva”, além de “um conjunto vasto de designers e arquitetos de dimensão mundial que, de alguma forma, também elogiam [com as suas criações] a importância do setor e, sobretudo, o grande investimento que tem sido feito na modernização e nas novas tecnologias por parte dos empresários”, salientou.
Além dos referidos, também Amanda Levete, Bijoy Jain, Claudia Moreira Salles, Estúdio Campana, Fernando Brízio, Frith Kerr, Ian Anderson, Jasper Morrison, Jonathan Barnbrook, Jonathan Olivares, Michael Anastassiades, Michel Rojkind, Miguel Vieira Baptista, Pedro Falcão, Peter Saville, R2 e Sagmeister & Walsh mostram obras em Porto de Mós.
A instalação “O viajante” é assinada por Amanda Levete e Mia Hägg.
“Até aqui conhecíamos a pedra para a construção civil, de uma forma simplista, e conhecíamos a pedra para ser trabalhada pelos escultores. Esta é uma outra faceta”, relacionada “com a evolução de tecnologia” que permite, através das máquinas, do software, “mas também de muito trabalho manual”, “fazer cumprir a vontade de quem cria”.
Jorge Vala considerou ser “fantástico poder-se ver a conceção e o resultado final das obras que ali estão”, na exposição “A pedra e a mão”, a inaugurar às 19:00 de quinta-feira. Depois, fica patente na Central das Artes de Porto de Mós até março de 2024.