A edição do Boom Festival, que tem início na quinta-feira, em Idanha-a-Nova, com a presença de 1.128 artistas, é dedicada ao “Amor Radical”, um tema “que responde a uma exigência atual e urgente”, segundo a organização.
“Trata-se do culminar de um ano de preparação intensa, pensada e trabalhada a fundo por uma equipa de gente talentosa e empenhada que produziu uma edição do Boom que pensamos ser – esperamos que seja – a melhor de sempre”, explicou hoje à agência Lusa Artur Mendes, da organização.
A educação e as práticas sustentáveis são uma das imagens de marca do Boom Festival que, em oito edições consecutivas, foi distinguido com o ‘Greener Festival Award’, prémio internacional que premeia eventos exemplares para a indústria através das suas práticas de sustentabilidade.
Artur Mendes considera que a herdade da Granja, em Idanha-a-Nova, no interior do país “é o cenário ideal” para, durante uma semana, “ser a casa das 39 mil pessoas que vão chegar de 178 países, mais uma nacionalidade do que há um ano”.
“O tema que inspira este encontro responde a uma exigência atual e urgente: o amor radical. O que celebramos aqui é essa necessidade de travarmos a desunião, o preconceito, a separação e o julgamento sobre os outros que, erradamente, estupidamente, julgamos serem diferentes de nós. O que vamos celebrar aqui é o poder transformacional do amor e da convivência e do respeito pela natureza e pelo outro”, disse.
O responsável da organização da 14.ª edição do Boom Festival salientou ainda que a agenda de música e de debates para esta edição “é extraordinária”.
“Temos artistas, pensadores e terapeutas de todo o mundo para nos ajudar a viver melhor e a compreender melhor. Os palcos e a arte que apresentamos refletem essa preocupação e vão servir de incentivo ao público para que se sinta confortável e inspirado”, frisou.
Após quatro anos sem edição devido à pandemia da covid-19, a organização decidiu fazer duas edições consecutivas, em 2022 e 2023.
Contudo, os responsáveis do Boom salientam que, apesar de se realizar este ano (a quinta edição consecutiva com lotação esgotada), não pretendem transformar este evento cultural num festival anual, pelo que irá manter o formato bienal.
Para fazer face à presença dos 39 mil ‘boomers’, que até ao dia 27 vão estar instalados na herdade da Granja, existem na ‘Boomland’ 45 restaurantes e supermercados bio e estão registados 32 fornecedores (15 do distrito de Castelo Branco, 16 nacionais e um internacional).
No Boom vão estar a trabalhar cerca de 2.000 pessoas de 86 nacionalidades, entre colaboradores e voluntários.
O Boom Festival oferece ainda 21 áreas de programação e conta com a presença de 1.128 artistas de 29 nacionalidades, sendo que o destaque para este ano, vai para uma escultura de Michael Benisty.
A organização tomou também várias medidas de prevenção ao nível da gestão de combustíveis na faixa periférica e no interior do recinto, gradagem de parques de estacionamento e de caravanismo.
Foram ainda criadas equipas internas de emergência e de primeira intervenção, instalados meios de combate pesados a incêndios em áreas estratégicas de acesso facilitado e meios ligeiros de combate ligeiros (extintores e hidratantes armados) por todo o recinto e torres de vigia. Existe ainda instalado no interior do recinto um quartel de bombeiros.
Em 2009, ano em que o Boom Festival se instalou na Herdade da Granja, a organização transferiu também a sua sede para o concelho de Idanha-a-Nova, criando, desde então, a associação IdanhaCulta, que se dedica ao desenvolvimento social, cultural, recreativo e ambiental.
A organização acabou por adquirir esta herdade de 180 hectares em 2017.
O Boom é um festival independente, sem patrocinadores, e é reconhecidamente consciente do ponto de vista ambiental, bem administrado e com ações significativas para reduzir o desperdício e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.